sábado, 16 de janeiro de 2010

VIAGEM A UMA COLÔNIA ESPIRITUAL

Era noite e eu dormia. De repente, acordei-me e senti que alguma coisa estava acontecendo. Tentei sentar-me na cama e não consegui mover-me. Meu corpo parecia estar muito pesado, pois nem para os lados eu podia virar-me para observar o que havia. Ao olhar para cima, levei um susto. Lá estava eu, desprendida do corpo. Na semi-escuridão do quarto, lá de cima, eu me via deitada na cama, quieta, parada, pasma.

Há tempos, quando ainda fazia o Curso de Médium estudei muito sobre os desdobramentos do corpo físico. Mas, apesar de ter lido todas as obras básicas compiladas por Allan Kardec, o Codificador do Espiritismo na França de 1857 a 1890 e, também ter lido inúmeros livros acerca de assuntos ligados à espiritualidade, nunca havia tido um desdobramento.

É algo de fantástico, embora real. Lembrei-me, de imediato, dos conhecimentos obtidos pelos estudos feitos e, também dos trabalhos mediúnicos dos quais participava ativamente quando das reuniões de grupo.

Via-me por inteira. Sentia-me como se estivesse planando no espaço. Tive muita vontade de sair e andar na noite, lá fora. E, como se meu pensamento fosse uma ordem, lá estava eu, fora de casa, flutuando por entre as árvores sem, no entanto, encostar meu corpo nas  mesmas.

Na espiritualidade, esse movimento chama-se volitar. E volitando, ganhei as alturas e encontrei-me num lugar maravilhoso, onde tudo era luz, paz e harmonia. Jardins cobertos de flores exalavam um perfume suave e  encantador. Um lago de uma água azul e límpida completava a cena.

Mais adiante, conforme ia caminhando, vi campos de uma relva macia e verdejante. Percebi, também, construções de grande porte. Chegando mais perto, pude ler o nome de uma delas: Escola-Treinamento , que deduzi ser o local para onde eram conduzidos os espíritos que, após terem dado alta do hospital que os recebia ao desencarnarem, realizariam estudos e aperfeiçoamento para as mais diversas tarefas que os aguardavam, no além.

Perdi-me no tempo. Quantas horas já deveriam ter se passado desde meu deslocamento da Terra? Talvez já fosse o momento de voltar. Meu pensamento fixou-se no meu quarto, na minha cama, e... lá estava eu novamente retornando ao leito, no meu corpo físico.



Feliz demais pelo acontecido, não consegui mais conciliar o sono. Apenas orei, como nunca tivera orado antes. Nas minhas preces, agradeci a Deus a maravilhosa oportunidade de visitar aquela colônia espiritual tão linda e tão verdadeira, onde tudo cheirava a amor, paz e felicidade.


Este foi o meu primeiro desdobramento físico. Espero com ansiedade que possa acontecer novamente e que eu consiga estar, também, perto daqueles que já se foram para o Mundo Maior, conhecer mais daquele mundo e poder preparar-me mais e melhor para a viagem de volta à pátria espiritual.



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