Eu nunca achei legal esta história de fazer testamento sem mais nem menos. Acho, inclusive, uma besteira ficar se preocupando com isso quando há tanta coisa a se fazer, antes de pensar em "bater a cassuleta". Bem, mas aqui em casa é um tal de filha dizendo que, quando eu morrer quero ficar com essa ou aquela coisa, querem herdar minhas roupas, minhas bijuterias, meus perfumes, etc.
E, para completar essa paranóia toda, há algumas semanas fizemos, eu e meu marido, um plano funerário. Quando falei disso à meus filhos, foi um horror! Um deles me disse que nós deveríamos pagar uma academia para fazermos ginástica, ao invés de ficar pensando em morte.
Ora, academia até que seria bom. Mas acho que pensar na coisa mais certa que existe na vida, após o nascimento, não há nada demais. Quantas pessoas são pegas de surpresa, quando chega aquele momento. Com certeza, a maioria delas.
Estou, inclusive, convencida por meu marido, que gostaria de ser cremada, como ele também gostaria de sê-lo. Acho que a cremação, além de ter uma finalidade higiênica, não permite que ocorra aquela procissão ao cemitério em datas especiais tipo aniversário de nascimento, aniversário de casamento, aniversário da morte, dia de finados, etc.
Bem, mas estou quase me desviando do assunto a que me propus tratar hoje: o meu testamento.
Este, com certeza, deverá ser breve. Na verdade, o que eu posso deixar serão meus exemplos de moral, honestidade, bondade, esperança, fé e muito amor.
Estes valores são coisas que jamais alguém perde, posto que já fazem parte do caráter de uma pessoa. A moral ilibada é consequencia da educação familiar que tive. A honestidade também faz parte do cabedal de valores que meus pais me incutiram desde criança. A bondade colhe-se nos gestos e nos olhos das pessoas que demonstram alegria por viver com e entre os seus e os demais irmãos em Deus. A esperança adquire-se baseada na confiança que se tem na Divindade que nos criou. A fé é espontânea e inerente àqueles que crêem que existe um Ser maior que todos nós e, por último, o amor é aquele sentimento que exprime o que sempre senti por todos os meus e por aqueles que me rodeiam.
Este, enfim, seria o meu testamento. Parece pouco, mas é o tudo do que tive, plantando e colhendo anos a fio, como uma aranha tece a sua teia - devagar e sempre. Muito me foi dado, muito recebi e muito vou repassar para os que ficam. Espero, também, que os que herdarem esta fortuna, saibam cuidá-la e regá-la diariamente como fiz.
E quero que saibam, outrossim, que os valores materiais estão distantes anos-luz dos valores edificados pela alma. Estes, precisam ser cultivados para florescerem. Precisam de mãos que não se lamentem por terem que plantar, que colher e agradecer pelo fruto recebido. Só os merecedores de tamanha qualidade, recebem o que é justo.
Deus, nosso Pai, não esquece ninguém. E de cada um de seus filhos, ele espera o que Jesus, ao andar pelo mundo, nos ensinou: Amai-vos uns aos outros como Eu vos amo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário