"É o homem, por sua própria vontade, quem forja as próprias cadeias, é ele quem tece, fio por fio, dia-a-dia, do nascimento à morte, a rede de seu destino".
Léon Denis
Diante de acontecimentos desagradáveis do dia-a-dia, responsabilizamos sempre, em primeiro lugar, a fatalidade e o destino sem sequer fazermos uma maior reflexão. Será que tudo em nossa vida está predeterminado? Será que o nosso destino foi traçado? Como entender tudo isso?
A fatalidade supõe a decisão prévia e irrevogável de todos os acontecimentos da vida, qualquer que seja a sua importância. Se assim fosse, o homem seria uma máquina destituída de vontade. Concordamos com essa afirmativa, pois não nos vemos como máquinas. E se tudo já estivesse escrito, ninguém seria responsável por falta alguma, nem tampouco teria mérito por coisa nenhuma.
A fatalidade aparente que semeia de males o caminho da vida, não é mais que a consequencia lógica do nosso passado, um efeito que se refere a uma causa, é o cumprimento do destino por nós mesmos aceito antes de renascer, e que nossos guias espirituais nos sugerem para o nosso bem e nossa elevação.
Nossa alma, livre e consciente, não pode mais recair na vida inferior. Suas encarnações sucedem-se na dos mundos até que, ao fim de seu longo trabalho, tenha conquistado a sabedoria, a ciência e o amor, cuja posse a emancipará para sempre das encarnações e da morte, abrindo-lhe a porta da vida celeste.
A alma é nascida para o bem, mas para que ela possa apreciá-lo na justa medida, para que possa conhecer-lhe todo o valor, deve conquistá-lo desenvolvendo livremente as próprias potencialidades: a liberdade de ação e a responsabilidade aumentam com sua elevação, pois quanto mais ela se ilumina mais pode e deve conformar a sua obra pessoal às leis que regem o universo.
Quem se crê ser "vítima da fatalidade", culpa somente o mundo exterior pelos seus erros e se recusa a admitir a conexão que existe entre eles. Aquele que se compraz na caminhada pelos atalhos do mal, a própria lei se incumbirá de trazê-lo de volta às vias do bem. O passado, muitas vezes, determina o presente que, por sua vez, determina o futuro.
Toda ação que praticamos, boa ou má, recebemos de volta. Nosso passado determina nosso presente não existindo, pois, favoritismos, predestinações ou arbítrios divinos. O que o espiritismo ensina é que a lei é uma só: para cada ação que praticarmos, colheremos a reação. Assim, podemos afirmar que a função da dor é ampliar os horizontes, para realmente vislumbrarmos os caminhos concretos do equilíbrio.
Concluindo, deduzimos que através do uso de nosso livre-arbítrio, temos a liberdade de alterar as escolhas feitas ainda na espiritualidade aproveitando-as através da resignação e da superação, como também podemos nos revoltar perdendo, assim, a oportunidade de aperfeiçoamento que estamos vivendo.
Que saibamos e possamos colher de nossa vida diária, todo o bem possível. Desta forma, estaremos conhecendo melhor nosso mundo interior, nossas aspirações, nossa dedicação e doação ao próximo e nossa infinita vontade de evoluir a cada momento, crescendo e expandindo nossa alma em direção à Deus.
Que em nosso espírito esteja gravado o sentimento de moral elevada, de fé inabalável e de força, para podermos minimizar ao máximo os débitos do ontem, visando à busca da paz e do amor!
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