domingo, 3 de outubro de 2010

O ONTEM E O HOJE




"Tenho aprendido com os benfeitores espirituais que a paz é a doação que podemos oferecer aos outros, sem tê-la para nós mesmos."

                                             Chico Xavier


Às vezes, me olho no espelho e fico pensando comigo mesma: como gostaria de ter trinta anos a menos e ter a experiência da vida que hoje, aos sessenta e quatro anos, tenho. Creio que a grande maioria das pessoas já se fizeram esta mesma pergunta. Então, isso se torna quase que comum pensarmos assim.

Bem, porque me questiono desta maneira? Tenho a certeza absoluta que aos trinta anos, não vivia como agora, com esse imenso amor à Deus que nutro dentro de mim. Ainda não sentia a necessidade de conhecer a espiritualidade através das leituras que hoje faço, nem tampouco interessava-me pelo assunto.

Sentia, isso sim, um enorme medo da morte e me questionava sempre sobre o destino da alma após o derradeiro suspiro. Quando acontecia de ir ao velório de alguém, ficava a olhar o morto me perguntando intimamente: e agora? Para onde vai essa inteligência que até bem pouco tempo atrás, estava viva dentro deste corpo? E é claro, sem conhecer o verdadeiro sentido da vida e sua efemeridade aqui na Terra, não sabia responder a mim mesma.

Mas o tempo é o senhor da razão. Cresce-se e evolui-se a cada instante. Com o passar dos anos, houve momentos em que necessitei da presença mais constante e mais próxima de algo muito superior à minha própria
vida. E encontrei Deus. E Nêle, encontrei a resposta para todas as minhas perguntas e para todos os meus medos. Comecei a ler sobre a Doutrina Espírita, As Obras Básicas, e iniciando a Escola de Médiuns, encontrei-me a mim mesma.

Hoje, nada para mim, é mistério. Não existe mais aquela que relutava em crer nisto ou naquilo. Escolhi meu caminho e sei onde quero chegar. Minha fé não tem limites e agradeço a Deus todos os dias por tudo que hoje tenho e por tudo o que recebo, pois sei que sou uma vencedora por tudo o que conquistei depois que consegui encontrar Deus e a mim mesma.

E, às vezes, ainda penso: como pude ficar tanto tempo na obscuridade desta grande verdade que é a vida que nunca termina, pois aqui estamos de passagem para um aprendizado importante a fim de que possamos crescer e evoluir para nos tornarmos aptos e,  ao fim desta jornada, seguirmos para a pátria espiritual onde prestaremos contas deste estágio cuja oportunidade de acontecer nos foi concedida pelo Pai Misericordioso.

Naqueles momentos  de outrora, sentia que faltava alguma coisa em minha vida. É claro que eu acreditava em Deus, o Ser Supremo do Universo. Porém, não o amava como hoje amo. E hoje, posso oferecer aos meus irmãos desta vida, muito mais que um sorriso. Gosto de senti-los dentro do meu coração,
uma vez que somos todos filhos da mesma criação Divina.

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