"No mundo, possuímos centrais elétricas que asseguram
a iluminação de grandes cidades. Impossível, no entanto, olvidar os milhões de criaturas
que ainda se debatem nas trevas da ignorância.
Dispomos de usinas poderosas que geram forças indispensáveis à manutenção do trabalho
em largas faixas do Globo. Forçoso lembrar, porém, que surpreendemos,
em toda parte, legiões de pessoas tombadas
em desânimo ou desespero,
a caminho da criminalidade ou do suicídio, à míngua de energia espiritual.
Realizamos, com êxito, a ablação de tumores malignos. Necessário, todavia,
observar que ainda não sabemos como impedir a formação dos quistos
de ódio que infelicitam as almas.
Construímos palácios de moradia com todos os apetrechos da civilização.
Imperioso, entretanto, anotar que em nenhuma época do passado, tivemos que facear
tantos processos de angústia e de obsessão.
Num átimo, escutamos essa ou aquela mensagem, expedida sem fio, de ponta a ponta do Planeta.
Quase sempre, contudo, ignoramos de que modo ouvir, com serenidade e proveito,
as queixas do próximo em sofrimento.
Transita-se agora da Terra para a Lua, ultrapassando-se as barreiras da gravitação.
No entanto, muito de raro em raro, aprendemos a superar as trincheiras
da indiferença ou da aversão para viajar de uma casa para outra ou de nossa alma
para outra alma, a serviço da paz.
Ciência e vida; bendita seja a inteligência que esculpe as técnicas avançadas do progresso,
responsáveis pelas novas facilidades humanas. Entretanto, é preciso reconhecer que
sem Jesus Cristo aplicado à nossa própria vida, estaremos sempre andrajosos e famintos de coração."
Emmanuel
Do livro "Paz e Renovação", de Francisco Cândido Xavier.
A ciência avança, em grande velocidade, em todas as áreas do conhecimento humano. Hoje, já estamos a um passo de descobrir, por exemplo, através do estudo da Genética, a possibilidade de recriar novos órgãos humanos, por meio da utilização de células-tronco. Não obstante este avanço conjugado à tecnologia de ponta que assistem a estas descobertas, muito ainda fica a desejar quando se fala em ciência versus vida.
Há poucos dias atrás, uma notícia na mídia trouxe um índice traumático para aquelas pessoas que necessitam de órgãos para voltar a ter uma qualidade de vida padrão. Cai aceleradamente o número de doações de órgãos, por causas ainda pouco conhecidas. As filas de espera aumentam a cada dia, enquanto as doações diminuem acentuadamente.
Enquanto o mundo rompe estas barreiras, dando sinais evidentes de que a inteligência humana amplia seus horizontes a favor do próprio ser, por outro lado, constatamos o triste e melancólico afastamento de Deus. Tomado pelo orgulho e vaidade, o homem sente-se o todo-poderoso e desafia seu Criador, ao renegar, inclusive, sua origem de alma imortal e sujeita à quitação de débitos que se arrastam por vidas passadas e que, um dia, haverão de ser pagos.
Já fomos à Lua na certeza de que lá, encontraríamos vida como a nossa. Já tentou-se chegar a outros planetas, julgando descobrir o que ainda é e será por muito tempo, um mistério insondável. Não somos os únicos seres no Universo. Jesus já dizia que "há muitas moradas na casa de meu Pai". Mas, para o homem, cujo orgulho e soberba se sobrepujam à espiritualização da matéria, esta é uma questão incompreensível pela pequenez de seu comportamento consciencial diante destes fatos.
As trevas da ignorância levam o homem à descrença e ao abandono de viver em paz com o mundo que o cerca. A energia de que o ser humano necessita está dentro dele próprio - é a luz que emana da fé raciocinada, cujo cultivo lhe fornece a força necessária para promover a cura de seus males físicos e psíquicos e que, se mantida e renovada sempre, lhe garantirá amar ao próximo como a si mesmo e exercitar a caridade, essencial fator para a interação com seus irmãos.
Precisamos parar a azáfama de nossa vida para ter ouvidos de ouvir e assim, preocupar-nos com nossos irmãos e suas dores que, no fundo, também são nossas. É mister que desatemos os nós da intolerância para buscarmos, na prece e no amor incondicional, aquele companheiro de jornada que, como nós, tropeça, cai e levanta-se, para dar continuidade à caminhada.
Que a ciência aliada à vida nos traga o progresso espiritual e a evolução, tão necessária à realização do que projetamos na eternidade para ser realizado aqui neste planeta. E que sejamos nós, os executores das virtudes que elevam nossa alma imortal até o momento de deixarmos a morada física e entregarmo-nos a Deus.
Que assim seja!