quarta-feira, 19 de maio de 2010

SONHO OU REALIDADE?



O silêncio só era rompido pelo manso barulho das ondas quebrando nas areias daquela praia. O mar, à tarde bem revolto, agora estava quase calmo. Vez por outra, agitava-se um pouco e alguma ave, ao voar rente às águas, levava um susto e alçava um vôo mais alto.

O pescador já havia tirado sua rede do mar e, agora juntava grande quantidade de peixes que havia pescado. Estava garantido seu almoço e de sua família para o dia seguinte. O sol, quase se pondo, coloria o horizonte com belas nuances de um azul-violáceo, que encantaria a qualquer um.

Sentada em posição de lótus, eu meditava. Buscava, como sempre fazia, no íntimo de meu ser, a higienização mental de que necessitava para relaxar. Respirava devagar e profundamente, elevando meu pensamento a fim de conseguir aliviar o estresse do dia-a-dia.

A busca desse relaxamento havia se tornado uma constante em minha vida. O trabalho, a faculdade, os compromissos com a casa, enfim, tudo contribuía para que, ao final do dia, estivesse quase um trapo.

Mais importante do que qualquer coisa, era acordar pela manhã rejuvenecida e pronta para outra jornada. A vida exigia que assim fosse. E ainda havia o fato de ser perfeccionista em tudo o que realizava. Não que fosse necessário ser assim, mas porque era algo muito peculiar em minha personalidade.

E na viagem interior que fazia, conseguia divisar ou mentalizar um campo verdejante e tranquilo. Ali, naquele lugar e naquele instante, a paz era absoluta. Nenhum som. Nenhum sinal de qualquer coisa que fosse quebrar o encanto daquele momento. Apenas sorvia, lenta e gradualmente, aquela paz maravilhosa que entrava pela minha pele e se expandia pelo meu corpo.

De olhos fechados, sentindo uma brisa suave e fresca bater-me no rosto, parecia-me ser a única a habitar aquele universo que se abria e se mostrava para mim. De repente, senti-me levitar, tal era a leveza de meu corpo e a sensação de deslocamento daquele lugar.

Meu coração acelerou seus batimentos e abri os olhos devagarinho e o que vi foi de uma beleza inacreditável. Eu estava pairando, ainda em posição de lótus sobre o mar, conseguindo divisar a praia onde ainda há pouco me encontrava. Não acreditava no que estava vendo. Nunca, em todas as meditações que já havia feito, tinha acontecido algo semelhante.

Tentei mover-me e, para meu espanto, não consegui. Estava ali, parada sobre o mar, como uma estátua. Quis gritar, falar, chamar por alguém, mas a voz não saía. Entrei em pânico. O que poderia ter acontecido? Como poderia estar ocorrendo tal coisa?

Ouvi, por um instante, um barulho. Depois outro, e mais outro. E dei-me conta de que estava sendo acordada pelo despertador que só pararia de tocar quando eu acionasse o stop.

Acordei-me finalmente. Fora, na verdade um sonho lindo e emocionante que eu tivera. Teria sido realmente um sonho ou eu teria tido um desdobramento durante o sono? Passei grande parte do dia pensando nisso. Até agora, quando faço minhas meditações, ainda penso sobre o ocorrido. E lembro, com saudades, daquela mansidão e daquela paz que senti. Do conforto espiritual que tanto me enlevou. 












segunda-feira, 17 de maio de 2010

EXPERIÊNCIAS DE QUASE MORTE



Há tempos que venho lendo sobre EQM, ou seja, Experiências de Quase Morte, assunto que muito me fascina e interessa. A última obra que li a respeito, de Admir Serrano, nos mostra a importância da compreensão de que somos seres imortais, ao contrário do que muitos pensam e passam a vida inteira crendo que, ao morrer, deixaremos de existir.

Há, também, muito ceticismo entre as pessoas sobre este tema. Para nós, espíritas, a alma ou o espírito é a sobrevivência da mente ou da consciência. Em nossos dias, já existem pesquisas científicas que comprovam a imortalidade da alma.

Até para aqueles mais ortodoxos com relação ao assunto, se aprofundarem suas leituras a respeito, observarão que existe no ser humano, algo que transcende à vida física e que sobrevive à vida após a morte do corpo. O próprio autor deste livro que ora cito, confessa seu ceticismo até o momento em que ele teve uma EQM.

Enquanto nosso corpo dorme, continuamos vivendo, pensando, sentindo e atuando através do perispirito, que é o corpo espiritual. Nossos sonhos, tantas vezes tão vívidos e tão claros que parecem ter sido realidade, demonstram o quanto estamos envolvidos fora da matéria (corpo) e onde nos leva nossa mente ou consciência.

Geralmente, as EQMs ocorrem quando nosso organismo encontra-se muito debilitado, por ocasião de um acidente ou de uma doença muito grave que o acomete, podendo provocar um estado de coma. Nesse estado, a pessoa é considerada clinicamente morta. E neste momento, o espírito pode deixar o corpo por alguns momentos ou horas.

Assim, a pessoa é capaz de ver tudo o que ocorre, enquanto tentam reavivar o corpo físico inclusive com detalhes, incluindo as conversas entre os membros da equipe médica. Solto no ar, sem sofrer as amarras da força da gravidade flutua, podendo atravessar as paredes e subir ao espaço.

O espírito recobra sua liberdade, quando os sentidos se entorpecem. Em seu vôo, liberto, ele viaja ao infinito, encontrando parentes antes desencarnados, revivendo vidas pregressas e tomando conhecimento de sua magnitude espiritual.

A obra nos conta inúmeras EQMs,relatadas pelos pacientes quando, após o reavivamento do corpo, retornam ao mesmo. Ficam as lembranças do que vivenciaram durante a experiência e a certeza de que a vida na Terra é uma grande escola, onde estamos temporariamente encarnados para participar do importante aprendizado, necessário à nossa evolução moral, espiritual e intelectual.

Dizemos que o espírito é o ser principal, o ser pensante e sobrevivente; o corpo é apenas um acessório do espírito, um envoltório, uma vestimenta que ele deixa quando está estragada.

A EQM nos ensina muita coisa, pois o homem não é mais o mesmo quando retorna ao seu corpo após ter tido essa experiência. Porém, o que é mais evidente é que devemos viver nossa vida, não pelas coisas da Terra, mas sim pela maravilhosa jornada que começa quando nós a deixamos. Portanto, é necessário que reavaliemos nossos valores e prioridades enquanto aqui estivermos. Tudo o que daqui levamos é o arquivo do que fizemos... apenas isso.

Que saibamos viver  de conformidade com as leis divinas, amando ao próximo como a nós mesmos, aprendendo a perdoar, a fazer o bem, a falar o bem, ser compassivo e indulgente com as limitações de todos os que nos cercam e buscar a reforma íntima.



  

sábado, 15 de maio de 2010

O LOBO MAU E O LOBO BOM

Há uma antiga lenda indígena que narra a luta ferrenha e constante dos dois lobos que existem dentro de cada pessoa. Um deles é mau e suas manifestações são a raiva, a inveja, o ciúme, a tristeza, o desgosto, a cobiça, a arrogância, a pena de si mesmo, a culpa, o ressentimento, a inferioridade e o orgulho falso.

O lobo bom, por sua vez, retrata a alegria, fraternidade, paz, esperança, serenidade, humildade, bondade, benevolência, empatia, generosidade, verdade, compaixão e fé.

A batalha, como já referi, é contínua e pertinaz. E cada um de nós precisa lidar com os tais lobos. Qual vencerá a contenda? Com certeza, aquele a quem nós alimentarmos.


No cotidiano, convivemos com nossos amigos, colegas, familiares, enfim com nossos relacionamentos pessoais e de cada um depende como vai fluir o entendimento entre essas relações. Muitas vezes, esquecemos que também cometemos erros, expressamo-nos mal em relação a algo ou a alguém, não desculpamos os mal entendidos que acontecem e, dessa forma, tornamo-nos antipáticos, donos da verdade e certos de que tudo sabemos.


Que ilusão! A humildade, a paciência, a fraternidade e todos os atributos já antes descritos , devem constar de nossa vivência em sociedade. Às vezes, alguém quer apenas um aperto de mão, um abraço, ou quem sabe, um ombro amigo para chorar, por que não?


É maravilhoso quando recebemos carinho de alguém, seja de nossa família, de nossos amigos ou de pessoas que nos conhecem e nos querem bem. Quando recebemos um e-mail com uma mensagem de paz e amor, nosso coração enche-se de felicidade e alegria. 


Em Zero Hora de hoje, li uma notícia que se referia a uma pesquisa publicada  pelo jornal Proceedings of the Royal Society, da Inglaterra, que comenta sobre o monitoramento das reações hormonais feito em 60 meninas, com idades entre 7 e 12 anos. A pesquisa mostrou que um alô pelo telefone tem o mesmo efeito calmante de um abraço apertado, pois a produção de ocitocina (hormônio associado à redução do estresse) foi praticamente a mesma quando elas recebiam o carinho físico da mãe e quando ouviam a voz materna no celular.


Então, amigos? Por que não tentarmos expandir nossa emoção quando estamos bem e sentimos aquela necessidade de trocar afetos? Vamos lá, não custa nada alimentar o lobo bom que existe dentro de nós, não acham?
Que Deus nos ilumine e nos mostre sempre o caminho certo da paz e da esperança em dias melhores, onde só teremos saúde e prosperidade.

sábado, 8 de maio de 2010

ODE ÀS MÃES


Deus quando planejou uma companheira para o homem, fê-la como se estivesse esculpindo uma verdadeira rainha. Deu-lhe um corpo maravilhoso, uma pele sedosa e macia, voz sonora e maviosa, mãos de anjo, pés perfeitos, cabelos que mais pareciam nuvens. Enfim, Deus criou-a, tanto quanto ao homem, à Sua imagem e semelhança. 

Porém, em seu corpo havia algo diferente do homem - um ninho macio e quentinho que abrigaria seus frutos. Esse ninho, destinado à reprodução de seus filhos possuía e possui até hoje, uma linha direta com o coração, como se fosse um telefone "vermelho", que toca quando algum de seus pimpolhos está em perigo.

E é ela, o eterno anjo da guarda de seus filhos. Costumo dizer que nós, mulheres, já nascemos mães haja vista a maneira como nos conduzimos e nos  preparamos para a vida desde cedo. Nossos brinquedos dizem muito daquilo que está gravado lá no interior de nossos genes e de nosso coração.

Agora, me questiono: por que um dia exclusivo para ser comemorado como  Dia das Mães, se ele existe cotidianamente na vida de mulheres que são mães? Com certeza, o consumismo desenfreado do mundo de hoje se encarrega de produzir datas que, muitas vezes, não dizem muito com a finalidade pela qual são criadas. 

É claro que, com isso, não desabono a data em questão. Referi-me a algumas  que até nem precisariam existir.

Mas, estamos falando de nós, Mães. Isso mesmo, Mãe como M maiúsculo, porque merecemos! Somos nós que choramos junto quando nossos bebês têm cólicas, que achegamo-lhes ao peito, nutrindo-os com amor e carinho, vestimo-os para irem à escola, ajudamos a fazer as tarefas de casa, abrigamo-os quando caem e se machucam, beijamos o machucado para parar de doer, explicamos o que é o bem e o mal, enfim muitas coisas estão nas mãos de uma Mãe.

Pois foi assim que Deus nos criou - doces e meigas, chorosas e belas, comovidas com tudo o que diz respeito às suas crias. O coração? Ah! Esse não tem jeito mesmo, pois ao mínimo problema que nossos filhos têm, entra em cena a "fera adormecida" que existe em nós, para ajudá-los.

Bem, depois de tudo isso dito, desejo que Deus olhe sempre para nós, nos dando muita fé, esperança, saúde e fazendo-nos cada vez mais compreensivas e tolerantes para que o amor sempre prevaleça no coração de uma Mãe.

Feliz Todos os Dias das Mães!

domingo, 25 de abril de 2010

O SEMPRE GRANDE E MARAVILHOSO CHICO XAVIER

"Ajuda aos que te partilham a experiência terrena, ora pelos que te perseguem, sorri para os que te ferem e desculpa todos aqueles que te injuriam..."

                                                             Emmanuel


Chico Xavier foi, sem dúvida, uma daquelas pessoas que Deus colocou no mundo para nos fazer refletir sobre a vida, seus meandros, suas dificuldades, seus desencontros e tudo o que faz o ser humano aprender ou não, a agir e pensar em seus irmãos como se fosse ele próprio, ou simplesmente, amar. Amar incondicionalmente.

Vimos o filme sobre sua vida e obra. Sofremos ao vê-lo ainda criança, sendo submetido a maus tratos simplesmente porque via e escutava os espíritos. Chamavam-lhe de bruxo. Não entendiam, o quanto era venerável aquele coraçãozinho já pleno de amor ao próximo.

Jovem, continuou sendo perseguido pelos que não acreditavam nele e, tampouco, num Deus justo e misericordioso. Sofria e chorava suas dores físicas e emocionais, sempre com fé e esperança.

Emmanuel, seu mentor espiritual, lhe tranquilizava assegurando-lhe que, um dia, ele conseguiria ser ouvido e entendido. E assim, se fez. Psicografando milhares de obras ditadas por espíritos diversos, mas tendo em Emmanuel seu querido amigo espiritual, Chico foi reconhecidamente, o maior e mais querido escritor espírita da atualidade.

Em 2002, aos 92 anos, Chico Xavier deixou este mundo com a certeza de ter feito muito no decorrer de sua vida, para ajudar os necessitados da alma e do corpo, os pobres de espírito e aqueles que, na realidade, são pobres porque não encontram, no cotidiano de suas vidas, o pão que mata sua fome.

Porém, sua luta não foi inglória. Deixou-nos um legado de amor, paz, misericórdia, perdão, humildade e certos de que, tudo o que aqui fizermos teremos que prestar contas um dia e que ninguém foge à lei da reencarnação. 

Quem teve a felicidade de conhece-lo pessoalmente, pode sentir toda a grandeza espiritual que fluia de sua alma. Como ele costumava dizer, amar de verdade é não esperar ser amado. 

Que nosso amado Chico Xavier seja a mais brilhante estrela no céu. E que tenhamos sempre a sua bênção a nos acompanhar e proteger. 






terça-feira, 13 de abril de 2010

UM ENCONTRO NA ESPIRITUALIDADE





Lúcia caminhava pela rua quase às escuras. Uma lâmpada de luz fraca e nebulosa bruxoleava por sobre seus passos, fazendo-a ver muito pouco por onde andava. Caminhou muito. Parecia-lhe que o fato de andar assim sem nexo, dava a sensação de que conseguiria escapar de algo que muito lhe incomodava. O que seria? Não queria pensar nisso, nem tampouco, na verdade, saberia dizer do que tinha tanto medo.

Apenas de um nome ela lembrava - Mariano. Quem era Mariano? Quando  inquiria sobre isso, sua cabeça parecia estourar. Doía-lhe lembrar que fora ele que a havia deixado nesse estado. Caminhou outro tanto por ruelas e becos até que seus pés já não podiam mais suportar o peso de seu corpo. Sentou-se no chão e adormeceu.

A luz acordou-a de uma letargia que nunca havia sentido antes. Alguém desconhecido  estava ao seu lado falando, falando, dizendo coisas que ela não entendia. Tentou levantar-se mas caiu no solo, ruidosamente. Pessoas nunca antes vistas, tentaram ergue-la e, assim, foi levada àquele lugar.

Parecia-lhe ser um hospital, pois traziam-lhe algo como uma sopa para beber. Ingeriu o caldo e gostou. Porém, em seguida, adormeceu.  Não soube quanto tempo havia passado, quando sentiu alguém tocando em seu braço com muito cuidado. Abriu os olhos e, pasma, viu sua avó que há muito tempo não via. Ela abraçou-a e, sorridente, chamou-a pelo nome. Sentiu tanta paz naquele abraço. Emocionou-se e chorou copiosamente.

Como podia ser sua avó, se ela já havia morrido há tanto tempo? Estava tudo tão estranho.Olhou em volta e viu que estava em uma cama alva e limpa. Pela janela, o sol entrava e aquecia generosamente aquele quarto.Tentou sair da cama e sua avó conduziu-a à janela onde viu o jardim mais belo de toda a sua vida. Havia variedades mil de flores que exalavam um perfume delicado e inebriante.

Uma enfermeira entrou no aposento e levou-a a passear no jardim. Encantou-se com os pássaros e o tapete verde das relvas e as cores das flores e seu perfume. Parecia o paraíso. Deu-se conta de que nunca havia estado naquele lugar e, virando-me para a avó, perguntou-lhe onde estavam.
Ela, sorrindo, lhe disse tratar-se de uma colônia espiritual situada acima da cidade onde moravam.

Então, teria ela morrido? Mas como, se há pouco andava sem rumo, caminhando na noite escura? Sim, ela havia desencarnado e, agora, era um espírito tal como sua avó. E como seria a vida na espiritualidade? Sentia-se completamente viva, como antes fora. E Mariano? Como estaria? Onde estaria? 

Agora, já não se sentia mal pensando em Mariano. Sentia-se bem, recomposta e até feliz. Aprenderia muita coisa com a ajuda da avó. 

...

Hoje, depois de algum tempo na espiritualidade, Lúcia prepara-se para uma nova vida. Aprendeu muito,  perdoou Mariano e espera seu regresso à pátria espiritual. Dentro de alguns anos, ela receberá Mariano como sua avó a recebeu. Poderá perdoá-lo olhando-o nos olhos e dirá que ainda o ama. Mariano também lhe pedirá perdão pelos erros cometidos e, arrependidos de tudo o que houve entre eles, cairão nos braços um do outro e serão felizes na eternidade.




quarta-feira, 10 de março de 2010

A TUA VOLTA


"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos."

                                           Charles Chaplin


Hoje é uma data especial. Hoje tu voltas para mim, para o nosso lar, nosso cantinho de amor. Nestes dias todos em que estiveste ausente não chorei, não me desesperei. Pela certeza de que voltarias, com saúde e já refeito dos problemas que tiveste, apenas rezei, esperei, acreditei e, calma e tranquila, percorri as peças da casa com muita saudade de ti.

Em cada espaço de nosso lar existem vestígios de tua presença. Daquilo tudo que compramos juntos, escolhemos juntos, pensamos juntos. Do teu carinho para comigo, do teu olhar sempre me acompanhando, zelando pela minha saúde e me ajudando nos afazeres caseiros.

Mas, como sabes mais do ninguém, eu creio que tudo o que é material, é supérfluo. Serve apenas para nos auxiliar nessa nossa jornada aqui neste mundo. Os bens de que dispomos para viver essa "passagem terrena", são apenas frutos de nosso merecimento espiritual e que nos ajudam a  conquistar mais evolução e preparo para, quando chegar nosso momento de partir, estarmos quites e preparados para a viagem.

Porém há algo muito mais profundo e belo - o amor! Aquilo que guardamos no coração para distribuir àqueles que pouco ou nada têm. Na verdade, esta é a meta de nosso espírito aqui na Terra: a verdadeira caridade. Aquele desprendimento interior que nos aponta a fazer o bem aos que nada possuem.

No entanto, há um amor mais belo ainda: o amor entre um homem e uma mulher. Este é o nosso caso. Quero que saibas que por todo este tempo em que estamos juntos, em meu coração e em minha alma nada mudou  e continuo te amando como sempre, desde e sempre e pela eternidade. Somos o que chamam de "almas gêmeas", pois nos buscamos durante muito tempo.
          
Nesta vida, enfim, nos encontramos. Quem sabe, também, em outras. Não sabemos. Mas nesta, o amor despertou-nos de uma letargia como a borboleta desperta do casulo e sai, livremente, a voar. Encontramo-nos e tudo mudou. Desde então, só consigo pensar em ti, como se fosse no dia em que nos conhecemos.

Te amo muito, te adoro. Quero sempre estar ao teu lado, ficar contigo até estarmos velhinhos e um ajudando o outro no que for preciso. Tu és o meu  sol, a minha bússola, o meu GPS.

Por isso, como disse Chaplin, vamos aproveitar a vida juntos, rindo, chorando, dançando, cantando e vivendo intensamente, antes que a cortina se feche. Daqui a pouco, vou ao hospital e, tenho a certeza, de que hoje estarás comigo em casa, amor da minha vida.