terça-feira, 27 de julho de 2010

MÃOS DE AMOR







MÃOS DE AMOR




"O amor passa pelas tuas mãos...
mãos alongadas ou pequenas,
mãos brancas ou negras,
mãos encarquilhadas ou belas,
mãos mimosas ou tisnadas pelo sol ardente,
mãos tenras ou calejadas pelo trabalho agreste,
mãos franzinas ou musculosas,
mãos puras ou enlameadas nos charcos da miséria...

O amor passa pelas tuas mãos...mãos que se abrem generosamente,
mãos que projetam e criam,
mãos que transformam a face do mundo,
mãos que semeiam e colhem,
mãos que enlaçam,
mãos que agarram e salvam e ressuscitam,
mãos que acolhem e acariciam,
mãos que abençoam e rezam...

O amor passa pelas tuas mãos...
mãos que repartem e curam,
mãos que confortam e servem,
mãos que ajudam a nascer, a viver e a morrer,
mãos que falam, que escrevem, que orientam,
mãos que mendigam ou dão,
mãos que glorificam,
mãos que gritam denunciando a injustiça,
mãos que choram, partilhando a dor...

...PELAS TUAS MÃOS TEM QUE PASSAR O AMOR..."





Autor desconhecido.












sábado, 24 de julho de 2010

A NOSSA TAREFA





"Possuímos em nós mesmos pelo pensamento e a vontade, um poder de ação que se estende muito além dos limites de nossa esfera corpórea."

                                       
                                        Allan Kardec



Deus dotou os espíritos do princípio de todos os dons. Entretanto, os criou em estado de simplicidade e ignorância. Assim, cada um deve desenvolver seus potenciais por seu mérito e esforço e, nesse processo de aprendizado, a Terra funciona como um educandário.

Os espíritos que se situam em determinada faixa evolutiva nela reencarnam para terem as experiências de que necessitam, pois a vida humana não é feita de acasos. A família em que se nasce, o meio social em que se vive, certas experiências marcantes, tudo isso é planejado.

Antes de encarnar, o espírito é auxiliado a perceber suas dificuldades e se dispõe a enfrentá-las. Dessa forma, verifica as áreas em que necessita burilar-se e programa a próxima existência terrena. Portanto, quem deixou tomar-se pelo orgulho, encaminha-se para uma vida obscura; aquele que viveu na promiscuidade enfrenta bloqueios e complexos na área da sexualidade; o rico avarento do passado vem a viver a experiência da pobreza.

Aquele que foi mau patrão, volta na condição de modesto e sofrido empregado; quem não amparou seus filhos como deveria ter feito, pede para viver na condição de órfão; outros ressurgem em posições de destaque, a fim de se dedicarem à causa do bem; os tentados por facilidades e distrações necessitam encontrar forças para usar seus recursos em favor do próximo.

A beleza, o poder e a fortuna são provas difíceis, pois frequentemente instigam o orgulho e o egoísmo e, por isso , muitos fracassam quando passam por tais experiências. Mas a realidade é que a vida terrena destina-se a promover o aprimoramento do caráter e do intelecto, necessitando, assim, de um sério planejamento.

Entretanto, nem tudo está pré-determinado. O livre-arbítrio é preservado e cada um responde pelas resoluções que toma e pelos atos que pratica. Do mesmo modo, nem todas as ocorrências são antecipadamente previstas, sendo que nem todas as pessoas com quem se convive são necessariamente participantes de um passado comum.

Alguns problemas, dores, desgostos e enfermidades são inerentes ao viver terreno, sendo a maioria dos desconfortos e transtornos, frutos de imprevidência atual. Aqueles que se permitem atitudes antipáticas e rudes, transforma meros conhecidos em desafetos.

O certo é que o espírito é inserido em determinado contexto, onde se defronta com situações que precisa resolver. Com frequência, uma criatura inveja a sorte de outra, pois os problemas alheios sempre parecem de fácil solução. As dores dos outros munca se afiguram muito graves para quem as observa.

Cada um de nós vive o que necessita. Nossas próprias tarefas são difíceis porque correspondem a áreas de dificuldades e, para seguir adiante, temos de fazer a lição do momento. Assim, pare de se debater com as exigências de sua vida e nunca procure fugir de seus problemas e aflições. Dedique-se a resolvê-los, a fim de libertar-se dos mesmos.

Se a vida lhe pede paciência, seja paciente; perante um familiar ou um chefe difícil, exercite a tolerância; comporte-se como um estudante que deseja passar de ano: cesse as reclamações e faça a lição. Pelas dificuldades que se passa, dá para perceber quais são nossas deficiências evolutivas.

Empenhe-se com firmeza em burilar o seu caráter. Adote um patamar nobre de conduta e jamais se afaste dele. Nascemos para amealhar virtudes e para ser digno e bondoso. Essa é a nossa tarefa.




sexta-feira, 23 de julho de 2010

A CAUSA REAL E A CURA DAS DOENÇAS



"Lembremo-nos de que o homem interior se renova sempre. A luta enriquece-o de experiência, a dor aprimora-lhe as emoções e o sacrifício tempera-lhe o caráter. O Espírito encarnado sofre constantes transformações por fora, a fim de acrisolar-se e engrandecer-se por dentro."

                                            Chico Xavier

                                            


"A razão principal do fracasso da medicina moderna está no fato de ela se ocupar dos efeitos e não das causas. Por muitos séculos, a real natureza da doença foi encoberta pela capa do materialismo e, assim, tem sido dadas à própria doença todas as oportunidades de ela propagar sua destruição, uma vez que não foi combatida em suas origens. Essa situação é semelhante à do inimigo que construiu uma sólida fortaleza nas colinas, comandando de lá constantes operações de guerrilha no país vizinho, enquanto as pessoas ignorando a praça forte, contentam-se em reparar as casas danificadas e em enterrar seus mortos, consequências das ofensivas dos saqueadores. Essa é, em termos gerais, a situação da medicina nos dias de hoje: consertar às pressas os danos resultantes do ataque e enterrar os mortos, sem que se dê a mínima atenção para o verdadeiro reduto inimigo.

A doença nunca será curada nem erradicada pelos métodos materialistas dos tempos atuais pelo simples fato de que, em suas origens , ela não é material. O que conhecemos como doença é o derradeiro efeito produzido no corpo, o produto final de forças profundas desde há muito em atividade e, mesmo quando o tratamento material sozinho parece bem sucedido, ele não passa de um paliativo a menos que a causa real tenha sido suprimida.

A tendência atual da ciência médica, por interpretar erroneamente a verdadeira doença e por fixar toda a atenção com sua visão materialista no corpo físico, tem aumentado sobremodo o poder da doença; em primeiro lugar, por desviar a atenção das pessoas da verdadeira origem da enfermidade e, portanto, da estratégia eficaz para combatê-la; em segundo , por localizá-la no corpo, obscurecendo, assim, a verdadeira esperança de recuperação e criando um enorme complexo de doença e medo, complexo que nunca deveria ter existido.


Em essência, a doença é o resultado do conflito entre a Alma e a Mente, e ela jamais será erradicada exceto por meio de esforços mentais e espirituais.

Nenhum esforço que se destine apenas ao corpo pode fazer mais do que reparar superficialmente um dano, e nisso não há nenhuma cura, visto que a causa ainda continua em atividade e pode, a qualquer momento, manifestar novamente sua presença, assumindo outro aspecto. De fato, em muitos casos a recuperação aparente acaba sendo prejudicial, já que oculta do paciente a verdadeira causa do seu problema e, na satisfação que se experimenta com essa aparente recuperação da saúde, o fato real continuando ignorado, pode fortalecer-se.

Uma das exceções para os métodos materialistas na ciência moderna é a do grande Hahnemann, o fundador da homeopatia, que com sua compreensão do amor beneficente do Criador e da Divindade que mora dentro do homem, e por estudar a atitude mental de seus pacientes diante da vida, do meio ambiente e suas doenças, foi buscar nas ervas do campo e nos domínios da natureza, o remédio que não apenas haveria de curar seus corpos mas, ao mesmo tempo, elevaria a sua perspectiva mental.

Quinhentos anos antes de Cristo, alguns médicos da antiga Índia trabalhando sob a influência do Senhor Buda, levaram a arte de curar a um estágio tão perfeito que conseguiram abolir a cirurgia ainda que, na sua época, ela fosse tão eficiente ou até mais, que a dos dias atuais. Homens como Hipócrates, com seus ideais grandiosos sobre a cura; Paracelso, com a convicção de uma divindade dentro do homem e, Hahnemann, que compreendeu que a doença tinha sua origem num plano acima do físico - todos eles sabiam muito sobre a verdadeira natureza do sofrimento e sobre o remédio para ele.

A doença, posto que pareça tão cruel, é benéfica e existe para nosso próprio bem; se interpretada de maneira correta, guiar-nos-á em direção aos nossos defeitos principais. Se tratada com propriedade, será a causa da supressão desses defeitos e fará de nós pessoas melhores e mais evoluídas do que éramos antes. O sofrimento é um corretivo para se salientar uma lição que de outro modo não haveríamos de aprender, e ele jamais poderá ser dispensado até que a lição seja totalmente assimilada.

Vemos que não há nada de acidental no que diz respeito à doença, nem quanto ao seu tipo nem quanto à parte do corpo que foi afetada; como todos os outros resultados da energia, ela obedece à lei de causa e efeito. Certos males podem ser causados por meios físicos diretos, tais como os associados à ingestão de substâncias tóxicas, acidentes, ferimentos e excessos cometidos, mas, em geral, a doença se deve a algum erro básico em nosso temperamento.

As doenças reais e básicas do homem são certos defeitos como o orgulho, a crueldade, o ódio, o egoísmo, a ignorância, a instabilidade, a ambição; e se cada um deles for considerado individualmente, notar-se-á que todos são contrários à Unidade. Tais defeitos é que constituem a verdadeira doença e a continuidade desses defeitos, persistindo-se neles, depois de termos alcançado um estágio de desenvolvimento em que já os sabemos nocivos, é o que ocasiona no corpo os efeitos prejudiciais que conhecemos como enfermidades.

Para se alcançar uma cura completa não somente devem ser empregados recursos físicos, escolhendo sempre os métodos melhores e mais familiares à arte da cura, mas também, devemos lançar mão de toda a nossa habilidade para eliminar qualquer falha em nossa natureza; porque a cura total vem essencialmente de dentro de nós-personalidade, quando se permite que assim seja.

(...) Não há objetivo em nos ocuparmos dos fracassos da medicina moderna; demolir é inútil quando não se constrói um edifício melhor e, como na medicina já se estabeleceram as bases de uma edificação mais nova, empenhemo-nos em acrescentar um ou dois tijolos a esse templo. Tampouco pode ser de valor uma crítica negativa da profissão; é o sistema que está fundamentalmente equivocado, não os homens; pois é um sistema pelo qual o médico, por razões unicamente econômicas, não tem tempo para ministrar um tratamento tranquilo e sossegado nem oportunidade para pensar e meditar adequadamente, o que deveria ser a herança dos que devotam sua vida a assistir doentes. Como disse Paracelso, o médico sábio atende a cinco e não, a quinze pacientes num dia - ideal impraticável em nossa época para um médico comum.

A aurora de uma arte de curar mais nova e melhor paira sobre nós. Há cem anos, a homeopatia de Hahnemann foi o primeiro raio da luz matinal depois de um longo período de trevas, e pode desempenhar um grande papel na medicina do futuro. Ademais, a atenção que se está dispensando no presente momento à melhoria da qualidade de vida e ao estabelecimento de uma dieta mais pura é um progresso rumo à prevenção da doença; a esses movimentos que pretendem levar ao conhecimento das pessoas tanto a relação que existe entre os fracassos espirituais e a enfermidade, bem como a cura que se pode obter através do aprimoramento da mente, estão apontando o caminho por onde devemos seguir rumo à luz de um novo dia, em cujo brilho a escuridão da enfermidade desaparecerá."

Texto escrito pelo médico inglês Dr. Edward Bach em CURA-TE A TI MESMO, no ano de 1930 - Extraído do livro 'Os Remédios Florais do Dr. Bach' - Ed. Pensamento.


























sexta-feira, 16 de julho de 2010

ANIVERSÁRIO DE VALÉRIA



Feliz aniversário, amada filha

Um momento especial de renovação para tua alma e teu espírito porque Deus, na sua infinita sabedoria, deu à natureza a capacidade de desabrochar a cada nova estação e, a nós, a capacidade de recomeçar a cada ano.
 
Desejamos a ti um ano cheio de amor e de alegrias. 
Afinal, fazer aniversário é ter a chance de fazer novos amigos, ajudar mais pessoas, aprender e ensinar novas lições, vivenciar outras dores e suportar velhos problemas. 
Sorrir novos motivos e chorar outros, porque amar o próximo é dar mais amparo, rezar mais preces e agradecer mais vezes.
 
Fazer Aniversário é amadurecer um pouco mais e olhar a vida como uma dádiva de Deus. 
É ser grato, reconhecido, forte, destemido. 
É ser rima, é ser verso, é ver Deus no universo; 

Parabéns a você nesse dia tão grandioso.

Felicidade, paz, harmonia, amor, saúde e muito sucesso em tudo o que almejas alcançar.
São nossos votos.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

QUANDO ME OLHAS ...


"Já não se encantarão os meus olhos nos teus olhos, já não se adoçará junto a ti a minha dor. Mas para onde vá levarei o teu olhar e por onde caminhas levarás a minha dor."

                                      Pablo Neruda


Em teu olhar encontrei meu porto seguro. No espelho de teus olhos me vi, maravilhada e sonhadora, entre cores antes nunca vistas. Olho no olho, senti-me enamorada e feliz. Naquele momento minha vida mudaria por completo. A partir de então, parecia-me estar num paraíso onde os sonhos eram reais.

Vivia, até aquele encontro, num mundo obscuro e angustiante. Para mim, naquela época, parecia ser tudo normal. Aceitava o que a vida me colocava à frente, sem pensar em como tudo era rotineiro e banal. Vazio e sem perspectivas. Um céu cinzento, sem sol e nebuloso.

Mas, contudo, prosseguia. Porém, mesmo sem saber, a vida nos conduz sempre aos caminhos que escolhemos  em outro plano, em outra existência. E, como nada acontece por acaso, nos encontramos. Almas que já tiveram muita coisa em comum num passado distante.

Esquecidos de tudo, mergulhamos naquele amor que nos levava à loucura. Às vezes, não sabíamos como fugir do turbilhão da paixão que nos dominava. Amando, nos conhecemos melhor  e, assim, construímos, no decorrer do tempo, nossa vida em comum.

Tudo sempre foi maravilhoso. Teus beijos que até hoje me levam a sonhar acordada, teus carinhos sempre constantes, tua voz a me sussurrar o amor nos meus ouvidos, tuas mãos nas minhas mãos, teus olhares cheios de cobiça, enfim, somos um só em dois seres que se amam, parece-me desde sempre.

Hoje, quando acordo pela manhã, estás ao meu lado para dar-me um beijo de bom-dia. Vez por outra, apareces com rosas para meu vaso de cabeceira. Sabe? Com certeza, te digo: não conseguiria viver sem ti. Nosso amor venceu todas as barreiras que houveram entre nós. Te amo mais do que nunca. Contigo eu cresci, aprendi e evolui. 

Certamente, não sou mais a mesma pessoa de quando não te conhecia. Penso até mais, evoluíste junto comigo, cresceste e aprendeste que a vida acaba por unir aqueles que se buscam pela eternidade. Um belo dia acontece, como aconteceu conosco.

E, assim, viveremos juntos até o fim. Lá, na eternidade, haveremos de nos encontrar para seguirmos o mesmo caminho, o das almas afins. Almas que se buscam e se encontram, amando a si e aos outros, preparando-se para uma nova vida que, certamente (e peço muito a Deus por isto), será contigo.

Resolvi por no papel um pouco daquilo que vivemos até então, desde que estamos juntos. Que nunca possamos sentir saudades um do outro por distâncias a nos separarem, uma vez que nunca nos separamos até agora.

Quando me olhas... Ah! Que vontade de beijar-te e dizer sempre que te amo.
Quando me olhas... Eu perco o juízo, fico até sem jeito.
Quando me olhas... Eu te olho e me entrego.








quarta-feira, 14 de julho de 2010

SEMENTEIRA DE AMOR


"Nenhuma atividade é insignificante ... As mais altas árvores são oriundas de minúsculas sementes."

                                            Chico Xavier


A toda semeadura existe uma colheita. Jesus nos conta, na Parábola do Semeador a importância de lançar à terra as sementes do amor. Mesmo que elas caiam sobre pedregulhos ou em terreno inculto, sempre existe a esperança de que possam nascer grãos e frutos.

Na vida, por muitas vezes, encontramos dificuldades em nosso dia-a-dia. É em casa com a família, no trabalho com os colegas, na escola com os professores , com os amigos, enfim em todas as áreas de nossos relacionamentos. 

Nem sempre os problemas estão nos outros. Paremos um pouco para refletir sobre isso, fazendo um "mea culpa". Sentimo-nos quase sempre, melhores que os demais, não ouvimos com a atenção devida aos que nos dirigem a palavra, expressamo-nos com atitudes inadequadas, usando palavras que ofendem e magoam as pessoas, cultivamos o orgulho, o rancor, a avareza, etc.

Precisamos ter por princípio, como espíritas, que é nossa obrigação dar o bom exemplo. E isso é semear o bem em tudo aquilo que fizermos. Sejamos nós os semeadores da tranquilidade e da paz em meio à confusão  que nos rodeia. Aquele que é capaz de emitir uma palavra de serenidade, enquanto os outros se apresentam inquietos.

No caminho de um  semeador existem muitas barreiras. É a terra ruim para o cultivo, é a erva daninha que prolifera entre a plantação, é a chuva que leva tudo o que encontra pelo caminho, é o sol abrasador que torra os grãos recém nascidos, é o frio e a geada que matam o que foi plantado... 

Para o bom semeador nada disso importa. Sob qualquer intempérie, êle lá está sempre fazendo seu trabalho, constante e consecutivamente. Possamos nós também agir como êle, plantando sem vislumbrar a colheita, pois lá no fundo de nosso coração, sabemos que ela virá.

Muito antes do que imaginarmos, aparecerão as flores e os frutos das sementes que espalhamos. Flores das mais diversas cores e frutos suculentos e saborosos porque as sementes dos mesmos foram lançadas com amor, doçura, sensibilidade e carinho.

Por isso, onde quer que estejamos, saibamos espalhar a paz, a harmonia e a felicidade. Dessa forma, estaremos dando o bom exemplo que, com certeza, contagiará a todos. Que assim seja! 






quinta-feira, 8 de julho de 2010

NO COLO DE DEUS


"Não há nada de errado em - de vez em quando - chorar e pedir a Deus que nos coloque no colo".

                                                Paulo Coelho


Temos, todos, dentro de nós uma eterna criança. Às vezes nos sentimos sozinhos, com medo de tudo, com vontade de chorar e, também, muitas vezes temos vontade de saltitar, brincar, dançar e morrer de rir por qualquer motivo. Somos adultos por fora, mas crianças por dentro. 

Agora, neste momento, sou uma criança com muita vontade de chorar. Por que? Talvez nem eu mesma saiba. Me vêm lágrimas aos olhos e meu peito está apertando tanto, que até dói. Reviro-me na cama, em busca de algo que me console um pouco. Estou sozinha comigo mesma. O silêncio é enorme e, quando me sinto assim, gosto muito deste silêncio, porque me deixa pensar na vida e nas coisas que conquistei e nas que deixei para trás.

As maiores conquistas que tive, as valorizo muito porque me fizeram crescer como pessoa, tornando-me adulta e consciente daquilo a que me propus. Mas, como tudo na vida tem seus momentos de incerteza e dúvida, posso dizer que se pudesse voltar no tempo, não sei se faria tudo novamente como até então.

Por tudo isso, eu penso. E choro. Por coisas que perdi? Ou que não fiz? Ou que escolhi errado? Não sei. Agora, não mais interessa, pois o tempo não volta e o que poderia ter sido já passou. Agora é presente. Um presente que não é presente. Porque de presente a gente gosta. E o agora, nem sempre gosto. Prefiro, vez em quando, esquecer do que sou, do que faço, do que penso, como ajo, como vivo.

Há dias inesquecíveis. E quantos já houveram assim! Porém, há dias que gostaria que fossem "esquecíveis". E é por pensar nisso, que choro. Meu choro agora já é mais calmo. Procuro pensar em coisas que me dão satisfação e prazer. Afinal, sou humana como qualquer outra pessoa. E busco na lembrança, minhas histórias infantis. Minha avó contava muitas, várias histórias. Mas, nos contos de minha avó, o bem sempre vencia o mal. Os bons eram premiados com o céu e os maus, com o inferno.

Hoje, depois de tanto tempo passado, já não tenho minha avó e, muito menos, suas histórias e suas canções de ninar. Estou sozinha comigo mesma. E, penso: todos, em seu íntimo, estão sozinhos consigo mesmos. Cada um de nós é único e indivisível. E só. Com seus pensamentos e com sua memória.

Volto a procurar uma explicação para a maneira como me sinto. E volto a chorar, agora convulsivamente. No choro, exponho meu "eu" interior e complexo, buscando nas variáveis de meu comportamento, uma resposta para essa explosão que sinto aflorar de meu coração.

Meu coração! Pobre coração, que bate ininterruptamente durante todos estes anos. Como pode? E penso, então, no organismo humano e como ele pode funcionar tão perfeito durante tanto tempo. E é este mesmo coração que carrega máguas, dores, sofrimentos e, também, alegrias e felicidade.

Ainda choro. Aí, lembro-me de Deus. Ah! Deus! Como eu queria agora estar bem pertinho dele, ou melhor, em Seu colo. Adoraria beijá-lo e abraçá-lo. Pediria para que me contasse a melhor história que Êle soubesse. E sei que contaria a história da criação do mundo.

Assim, eu adormeceria sentindo-me amada e querida, no colo de Deus.


terça-feira, 6 de julho de 2010

"PASSEANDO" (*)


                        
            
       
Passeio por teus olhos
fascinada no que vejo.                                  
Às vezes, fico pensando:
será o que realmente desejo?                       
                                   
                                
Não sei ... ou sei? Me pergunto.
A decisão nunca vem.
Continuo a passear nos olhos
Que me olham com desdém.

                                   
Mostram o que não quero e nem busco para mim.
São tantas e infinitas coisas
numa tentação sem fim.

                                   
Quisera ser teu sorriso para em sonho, poder amar
Neste passeio tão louco,
que faço por teu olhar.


                                                    
                       Enamorada
                                   



(*) Poema enviado ao Concurso Poemas nos Ônibus
     e Trens, realizado pela Secretaria da Cultura de 
     Porto Alegre. 

                                      
                                   

segunda-feira, 5 de julho de 2010

DOAÇÃO DE ÓRGÃOS - BÁLSAMO DE ENERGIA E AMOR


"Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde. E, por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem do presente de forma que acabam por não viver nem no presente nem no futuro. E vivem como se nunca fossem morrer... e morrem como se nunca tivessem vivido."

                                                      Dalai Lama


O espiritismo nos ensina que a medicina terrena é benção divina, acompanhada de perto por espíritos de elevada caridade e competência, os quais, sob orientação direta de Jesus, fazem aportar neste Planeta no tempo certo, benesses balsâmicas no trato das doenças, propiciando sua cura ou alívio da dor que causam.

Assim, para a espiritualidade, a doação de órgãos é um ato de amor e de extrema caridade, pois pode salvar alguém que precisaria permanecer mais algum tempo na vida material. Como ocorre nas cirurgias, de modo geral, existem equipes espirituais atuando nos procedimentos da doação  de órgãos, realizando a adaptação e assimilação dos fluídos do doador pelo receptor. Dessa forma, o órgão transplantado se "ajusta" ao corpo físico do receptor, tendo a medicina, também, seus avanços nas drogas e procedimentos que permitem altos níveis de sucesso nesse campo.

Atualmente, diversos países lutam contra um inimigo comum: o baixo número de doadores de órgãos, uma prática que se torna a única saída para a cura de várias doenças. Na Alemanha, por exemplo, 60% da população é favorável às doações, embora apenas 14 a 17% se tornam efetivamente doadores. É preciso urgentemente, haver uma política de incremento de uma grande campanha  a vigorar, não só neste país, como em todos os demais.

Em Israel, segundo informações da mídia internacional, a partir de outubro deste ano entrará em vigor uma lei revolucionária, que colocará doadores à frente da   fila dos receptores. O cirurgião Jacob Lavee, o criador desta idéia, ressalta que, apesar de surgir de uma situação específica, muitos países esperam ansiosos pelos resultados. No Brasil, a taxa de doadores é de 8,7 por milhão de pessoas. A Espanha é a campeã mundial de doações, por manter profissionais exclusivamente encarregados de lidar com a disponibilidade e  logística dos órgãos ligados ao Ministério da Saúde. Sua proporção atual de doadores é de 34,4 por milhão de pessoas.

É necessário, no entanto, que se obtenha a concordância do doador, embora o fato de não doar órgãos seja um direito pleno de cada indivíduo. Assim, cada um poderá fazê-lo a seu tempo, quando seu entendimento assim o permitir. Porém, quem doa demonstra vivenciar louvável posicionamento em estágio moral que só benefícios espirituais lhe haverão de ser dispensados.

Os transplantes surgiram, sob o ponto de vista espiritual, como que para testar nossas virtudes de solidariedade humana, altruísmo, generosidade, piedade, compaixão, bondade e  amor ao próximo. Convém lembrar, também, que tal atitude da família do doador, quando este deixa explícito  seu desejo de doar seus órgãos, oferece ao mesmo, bençãos incomparáveis se o mesmo já estiver desencarnado.

Concluindo, podemos afirmar que a Doutrina Espírita não dita regras de comportamento, mas oferece diretrizes para a vida. Cabe a cada um de nós decidir o que, como e quando fazer.