quarta-feira, 25 de abril de 2012

NOSSAS MÚLTIPLAS MÁSCARAS




“Parece que ao longo do tempo a gente vai formando uma certa crosta. São camadas e mais camadas de crenças, idéias preconcebidas, obrigações e deveres, que nos dizem o que a gente deve ser e fazer.

Então, todos os dias a gente acorda
exercitando um pouco desta personagem que
vamos aprendendo a ser.
Nos acostumamos tanto às máscaras
que nem sabemos mais qual é
nossa verdadeira face.

Mesmo sozinhos, frente ao espelho, quando tiramos algumas de nossas máscaras
públicas, ainda restam nossas máscaras íntimas, que nos dizem o que é ser feliz,
como é ter sucesso, o que
sentir e o que buscar,
mesmo que, de alguma forma,
a gente sinta que estas diretrizes
não satisfazem.

É preciso lembrar, no entanto, que por mais
bem feita, bonita e reluzente
que seja nossa máscara, ela sempre pode arrebentar no elástico.
Não é a expressão verdadeira de quem somos, apenas um pálido reflexo disso, uma forma de ser quem aprendemos a ser.

Redescobrir a si mesmo é retirar a máscara.
Não para uma nudez de sentimentos,
onde tudo está exposto, num
caos revolucionário.
Isso pode acontecer quando a máscara
sufoca o indivíduo, mas já é uma situação extrema. É preciso retirar a
máscara para ver-se
intimamente, reconhecer seus próprios
padrões para a vida,
refazer escolhas, reconsiderar projetos, realizar propósitos.

A face revelada atrás das máscaras
é sempre a mais importante.
A beleza está na natureza de sua verdade,
na integridade de sua forma. A gente não deveria se perguntar por que muitas vezes não
nos tornamos quem queremos ser?
Deveríamos nos espantar de porque é tão raro desejarmos ser quem de fato somos.

Há uma plastificação da realidade.
Fingimos ser quem não queremos ser para viver uma vida que não nos satisfaz.
Afinal, do que temos medo? Estamos abrindo
mão de sermos o melhor de nós
em prol de sermos quem os outros
querem que sejamos.

Qual a melhor medida para a vida?
Qual o script mais adequado? Que fórmula ou
roteiro pode nos levar à realização?
Se você não conhece estas respostas
e nem conhece alguém que as saiba, então não
há nenhum modelo pronto que
podemos seguir para irmos aonde queremos ir.

Precisamos ser os autores de nossa
própria jornada. Fazer escolhas novas e tomar decisões ainda não tomadas.

Há uma liberdade infinita em um novo dia
que nasce. Hoje podemos fazer e viver tudo que quisermos, mas precisamos nos
dar conta que o programa do passado não serve inteiramente para compor a vida futura.
Há muito espaço para improvisação,
descobertas, arte em seu estado mais puro.
Há sempre espaço e tempo para ser quem de fato somos. Só é preciso escolher isso.”


Dulce Magalhães


Nossa verdadeira face é aquela que expomos sem medo, sem culpa, sem preocupação de sermos reais e autênticos. Nesta face, sem máscaras, podemos olhar-nos no espelho e enxergarmos nossa alma.
Podemos olhar nos olhos dos outros e vermos a confiança, o respeito, a admiração, o amor, a amizade, o carinho, o perdão e a paz.

E como é gratificante não termos que usar máscaras para esconder nosso rosto, seja ele de que forma for. Muitas vezes, é um rosto enrugado e envelhecido pelo tempo, demonstrando o cansaço nos embates da vida, mas também, as vitórias conquistadas, graças à nossa força de vontade e fé.

De que adianta a beleza física estampada num belo e juvenil rosto, quando sabemos que o tempo não poupa a ninguém. Há pessoas que julgam que, por mais que passe o tempo, poderão mascarar-se e enganar aos demais. Ledo engano!
Aqueles, cujo interior é oco e vazio de sentimentos, sabedoria e conhecimentos, são pessoas carcomidas pela vaidade e pelo ridículo.

Não podemos e nem devemos plastificar nosso modo de ser, como tão bem retrata o texto.
Somos como somos. Belos ou feios, jovens ou velhos, não importa. O que realmente importa é que sejamos nós mesmos. Que nada nem ninguém nos obrigue a mascarar-nos para parecer quem não somos , muito menos quem nunca fomos.

Mas, até agora, só falamos do corpo, do rosto, da aparência física.
E o espírito, a alma? Como anda nossa identidade espiritual? Parece-me que esta, nada tem a ver com a forma como é vestida pela carne.
Deus nos deu um corpo para sustentar nosso espírito. E este, sim, é o nosso verdadeiro “eu”.

É através da alma que nos relacionamos com os demais seres, posto que esta é imortal e tudo o que com ela fazemos ou atuamos, é o que conta no espetáculo da vida.
Que tenhamos sempre a alegria de olharmos nos olhos de nossos irmãos e vermos refletidos neles, a imagem do amor, da harmonia, da fé e da paz.

Que assim seja!

sexta-feira, 20 de abril de 2012

A PAZ QUE TRAGO EM MEU PEITO





   "A paz que trago hoje em meu peito é diferente da paz que eu sonhei um dia...
Quando se é jovem ou imaturo, imagina-se que ter paz é poder fazer o que se quer, repousar,
ficar em silêncio,
e jamais enfrentar uma contradição ou uma decepção.

Todavia, o tempo vai nos mostrando que a paz é resultado do entendimento de algumas lições importantes que a vida nos oferece.
A paz está no dinamismo da vida, no trabalho,
na esperança, na confiança, na fé.
Ter paz é ter a consciência tranqüila, é ter certeza de que se fez o melhor
ou, pelo menos, se tentou.

Ter paz é assumir responsabilidades e cumpri-las, é ter serenidade nos momentos
mais difíceis da vida.
Ter paz é ter ouvidos que ouvem, olhos que vêem e boca que diz palavras que constroem.
Ter paz é ter um coração que ama.
Ter paz é admitir a própria imperfeição e reconhecer os medos, as fraquezas,
as carências.

Ter paz é não querer que os outros se modifiquem para nos agradar, é respeitar as opiniões contrárias, é esquecer as ofensas.
Ter paz é brincar com as crianças, voar com os passarinhos, ouvir o riacho que desliza sobre as pedras e embala os ramos verdes que
em suas águas se espreguiçam.

Ter paz é aprender com os próprios erros, é dizer não quando é não que se quer dizer. 
Ter paz é ter coragem de chorar ou de sorrir 
quando se tem vontade.
É ter forças para voltar atrás, pedir perdão, 
refazer o caminho, agradecer.

A paz que hoje trago em meu peito é a tranqüilidade de aceitar os outros como são,
e a disposição para mudar as
próprias imperfeições.
É a humildade para reconhecer que não sei tudo
e aprender até com os insetos.

É a vontade de dividir o pouco que tenho e não me aprisionar ao que não possuo.
É melhorar o que está ao meu alcance, aceitar o que não pode ser mudado e ter lucidez para distinguir 
uma coisa da outra.

É admitir que nem sempre tenho razão e, mesmo que tenha, não brigar por ela.
A paz que hoje trago em meu peito é a confiança Naquele que criou e governa o mundo,
é a certeza da vida futura e a convicção de que receberei, das leis soberanas da vida,
o que a elas tiver oferecido.

Às vezes, para manter a paz que hoje mora em meu peito, é preciso usar um poderoso
aliado chamado silêncio.
Lembra-te de usar o silêncio quando ouvires palavras infelizes.
Quando alguém está irritado.
Quando a maledicência te procura.

Quando a ofensa te golpeia.
Quando alguém se encoleriza.
Quando a crítica te fere.
Quando escutas uma calúnia.
Quando a ignorância te acusa.
Quando o orgulho te humilha.
Quando a vaidade te provoca.

O silêncio é a gentileza do perdão
que se cala e espera o tempo. Por isso, é uma 
poderosa ferramenta
para construir e manter a paz."


Redação do Momento Espírita


A paz que trago em meu peito hoje, é a paz que 
tenho em todos os dias da minha vida.
Ela é feita de amor, fé, carinho, solidariedade, perdão e tantas outras formas de ser e de sentir paz.
Quiçá, um dia, o mundo inteiro possa ter paz.
E, nesse dia, Deus se orgulharia de Sua criatura, ao
perceber que, finalmente, o homem conseguiu amar mais
e reconhecer, nas maravilhas criadas por Ele, o quanto podemos nos tornar felizes, trilhando o caminho ensinado por Jesus.
Que possamos ter muita paz em nosso peito hoje, amanhã e sempre.

Que assim seja! 

terça-feira, 17 de abril de 2012

COMEÇAR DE NOVO


















“Erros passados, tristezas contraídas, lágrimas choradas, desajustes crônicos!...
Às vezes, acreditas que todas as bênçãos jazem extintas, que todas as portas se mostram cerradas à necessária renovação!...
Esqueces-te, porém, de que a própria sabedoria da vida determina que o dia se refaça a cada amanhã.

Começar de novo é o processo da natureza, desde a semente singela ao gigante solar.
Se experimentaste o peso do desengano, nada te obriga a permanecer sob a corrente do desencanto. Reinicia a construção de teus ideais, em bases mais sólidas, e torna ao calor da experiência, a fim de acalentá-los em plenitude de forças novas.

O fracasso visitou-nos em algum tentame de elevação, mas isso não é motivo para desgosto e autopiedade, porquanto freqüentemente, o malogro de nossos anseios significa ordem do Alto para mudança de rumo, e começar de novo é o caminhar para o êxito desejado. 

Temos sido desatentos, diante dos outros, cultivando indiferença ou ingratidão; no entanto, é perfeitamente possível refazer atitudes e começar de novo a plantação da simpatia, oferecendo bondade e compreensão àqueles que nos cercam.

Teremos perdido afeições que supúnhamos inalteráveis; todavia, não será justo, por isso, que venhamos a cair em desânimo. 
O tempo nos permite começar de novo, na procura das nossas afinidades autênticas, aquelas afinidades suscetíveis de insuflar-nos coragem para suportar as provações do caminho e assegurar-nos o contentamento de viver.

Desfaçamo-nos de pensamentos amargos, das cargas de angústia, dos ressentimentos que nos alcancem e das mágoas requentadas no peito! Descerremos as janelas da alma para que o sol do entendimento nos higienize e reaqueça a casa íntima.

Tudo na vida pode ser começado de novo para que a lei do progresso e de aperfeiçoamento se cumpra em todas as direções.
Efetivamente, em muitas ocasiões, quando desprezamos as oportunidades e tarefas que nos são concedidas na Obra do Senhor, voltamos tarde a fim de revisá-las e reassumi-las, mas nunca tarde demais.”

                 Emmanuel
         Do livro "Alma e Coração”
       Psicografia de Chico Xavier


Sobre a terra, a chuva cai, forte e devastadora.
E, o vendaval que a acompanha desfaz, em questão de segundos, aquilo que o homem construiu para sua morada.
Temos visto tantos destes acontecimentos, através da mídia falada, escrita e televisionada.
E vão-se os sonhos, as esperanças e a vida de
criaturas que ali se encontravam.
Parece ser o caos e o fim.
No dia seguinte, o sol mostra a dura realidade do que se passou e o que restou.

E, o homem, na vivência de tudo aquilo que aconteceu, a
ceifar-lhe a vontade de viver e deixando-o na desesperação de um momento tão doloroso, precisa de forças sobre-humanas para o recomeço.

À primeira vista, parece impossível recomeçar
do zero e refazer tudo novamente.
Mas há, no seu íntimo, algo muito maior e poderoso:    
a fé, que inabalável e forte, o incita a levantar-se a e começar de novo.

E assim é com tudo o que ocorre em nossa vida e ao
nosso redor.
O recomeço é a abertura para a renovação.
É difícil! Pensamos, muitas vezes, ser até
impossível.
Porém, munidos de coragem e olhando o mundo sob o prisma de que nunca estamos sós e de que, também,
não somos os únicos a sofrer por estes vieses
da vida, multiplicam-se as forças, e o ser humano prossegue.

Este é apenas um exemplo, pois estamos aqui de
passagem, a fim de cumprir etapa a etapa, nosso aprendizado, com vistas ao burilamento do espírito.

O texto de Emmanuel nos remete a uma grande e
importante verdade: nenhum de nós escapa à lei do progresso e do aperfeiçoamento.
Através dela, somos postos à prova em nossa fé
e em nossas propostas de vida.
E Deus nos propõe, enfática e diariamente que,
apesar de tudo o que possa ocorrer em nossa existência, sempre haverá uma saída, desde que queiramos começar de
de novo.

Que assim seja!  

segunda-feira, 9 de abril de 2012

A INTELIGÊNCIA DO TEMPO




“Olhou para o mundo e acreditou que venceria.
Veio a decepção. Chorou muito, quase desistiu.
Olhou para as pessoas. Acreditou nos conhecidos.
Sofreu com a indiferença dos que
lhe deram as costas.
O mundo pede decisões. Quase sempre recusa apostas.

O tempo se abriu. Mas você, cheio
de mágoas, nem percebeu.

O mundo continua seu ciclo: os dias se sucedem.
Ai de quem fica parado no tempo!
Sentado à soleira da solidão, 
suspirando por algo
ou alguém, que nunca vem.

A vida costuma acariciar quem não desiste,
e, às vezes, desiste de quem
desistiu de si mesmo.
Não se perca de você, de sua essência.
Ninguém nasceu para o sofrimento eterno,
nem para a felicidade plena
de todos os dias.

Mas, na busca do equilíbrio entre o ser e o ter,
entre o querer e o conquistar,
entre o trabalho e o 
amar,
encontramos uma fórmula plena de saciedade,
onde o que você é, agrada a quem deve agradar.
e o que você não é, deve ser afastado.

Olhe para você!
Você tem um poder maior que qualquer dor ou desilusão:
Você tem o poder de escolher entre
o sim e o não.
O sim deve ser dado para você e o não
para quem não lhe merece.
Se a dor é por causa de alguém, esquece.
Se é por causa de algo lute, se você
achar que merece.

O resto é consequência do tempo que
insiste em passar,
e adora acariciar aqueles que
já aprenderam a se amar.”


Paulo Roberto Gaefke



A vida é uma contínua escolha. Desde antes de nascer, quando ainda estamos no mundo espiritual, somos levados a escolher qual será nossa missão aqui no Planeta Terra.
Não obstante, ser tudo meticulosamente programado, quando aqui aportamos delineia-se um mundo diferente e estranho aos nossos propósitos antes planejados.

Vinculados à materialidade do corpo e ao esquecimento do passado, somos sugados pela vida que corre, lépida, e levados novamente a fazer novas escolhas. E aí surge o livre arbítrio, a pautar os caminhos que iremos percorrer na jornada terrestre.

E, assim, seguimos a viver. Muitas vezes até, esquecendo-nos de que somos espíritos num corpo de carne sujeito à toda a sorte de tentações e obstáculos ao nosso crescimento, progresso e evolução.
Também, muitas vezes, esbarramos em caminhos tortuosos, os quais nos levam às piores derrotas e frustrações. E nossa alma, desligada de um corpo doente e fraco, não consegue ajudar-nos a reconhecer que, antes de mais nada, viemos de Deus e para Ele teremos que voltar.

Nestes momentos, é que acontece o grande colapso existencial e espiritual do indivíduo. É quando ele se dá conta de que, envolvido nas tramóias do destino, não há como retornar.
Esquece-se, também, de pedir ajuda ao seu Criador. Àquele Ser Supremo que deu-lhe a vida e
a liberdade de escolher sua trajetória. E que sempre está e estará pronto a atender os pedidos de socorro de seus filhos.

Falhamos muito aqui neste mundo. Perdidos pelas ilusões e atraídos pelas riquezas e posses materiais, somos levados a esquecer nossas origens. O poder, as glórias, a fama, o ódio, a inveja, e outras tantas formas de corrompimento da humanidade, tomam viço junto às criaturas.
E, desta maneira, ficamos com débitos junto a nós mesmos e em relação do mundo espiritual, ao qual teremos que voltar e prestar contas.

A aprendizagem também é contínua e ininterrupta.
A vida é uma escola, cuja matrícula é compulsória. Embora o ideal seria que a conclusão do curso tivesse êxito e desfecho com louvor, sabemos que isto é quase que impossível acontecer.

É necessário que o ser humano identifique-se com
a Fonte, isto é, perceba-se filho de Deus e, dessa forma, internalize as verdadeiras riquezas da alma. O amor, a caridade, a bondade, o bem, e outros valores que fazem, do homem, um ser cristão. Amar a seu semelhante como a si mesmo;
estender a mão àqueles que tanto necessitam de nosso auxílio, seja material, moral ou espiritual; doar-se de coração, dando carinho, ternura e atenção aos irmãos em Deus.

Quem assim procede já aprendeu a amar-se a si mesmo. E, amando-se, está apto para amar seu semelhante.
E, conforme diz o autor do texto que ilustra esta postagem, “o tempo adora acariciar aqueles que já aprenderam a se amar”.

Que assim seja! 


sábado, 7 de abril de 2012

O VENCEDOR




“Jesus veio para inaugurar na Terra, o reino do amor. Encontrou dificuldades de toda a natureza, porque os homens daqueles dias em que ele viveu entre nós, estavam acostumados ao poder e à força.
As criaturas se encontravam divididas entre senhores e escravos, poderosos e os sem valor nenhum.

A vida não era respeitada, porque a guerra destruía as esperanças e submetia os que não podiam vencer, deles fazendo infelizes sem liberdade.
Quando Jesus ensinou que todos os homens são iguais e que as diferenças se fazem somente através das conquistas morais, houve aborrecimentos por parte dos que governavam e queriam manter o estado de coisas no ritmo em que se encontrava.

Ele, porém, continuou a ensinar o amor a todos os seres, o perdão a todas as ofensas e a humildade como formas de crescimento para Deus. Vivia cercado pelos pobres, pelos sofredores, pelos que eram desprezados e não mereciam nenhuma consideração.

Em qualquer lugar em que ele aparecia, as multidões se aproximavam para o ouvir e receber das suas mãos o alimento da paz, a esperança de felicidade e a saúde. Nada conseguia perturbar Jesus. Ele convidou doze homens para que se tornassem seus discípulos, porque era o mais sábio do mundo, assim fazendo-se mestre de todos.

Esses amigos o amavam, mas não compreendiam a missão dele, o reino que fundava. Porque sofriam e eram pobres, esperavam que ele se tornasse rei do país onde todos eles haviam nascido, e que se chamava Israel.
Ele demonstrava não ter interesse pelas coisas do mundo, nem pelas posições de destaque social na Terra. Renunciava a tudo: aos aplausos, às gratidões, aos jogos humanos.

Mas, os companheiros não entendiam a sua atitude e ficavam inquietos. Eles amavam a Deus, mas queriam a felicidade no mundo. Jesus, no entanto, ensinou-lhes, dizendo:
- Eu sou o caminho para Deus, que é a Verdade e a Vida, e ninguém consegue compreender essa realidade, senão por meu intermédio.

Cada vez que ele apresentava lições tão profundas, que contrariavam os religiosos da época, aumentavam os ódios contra Si.
Foi durante a sua visita a Jerusalém, que era a capital de Israel, como ainda hoje, durante umas festas chamadas de Páscoa, que Ele foi preso e levado a um julgamento injusto.

Judas, que era também seu discípulo, o vendeu aos sacerdotes, traindo o seu amor. E Pedro, que igualmente o amava muito, quando foi apontado como sendo seu amigo, respondeu com medo, por três vezes:
- Eu nunca vi esse homem!
Os dois se arrependeram, quando o viram, depois de condenado, ser crucificado, no alto de um monte que era conhecido pelo nome de Calvário.

Judas, atormentado, suicidou-se, envergonhado do que fizera, cometendo, com esse ato, um crime muito grave diante de Deus.
Pedro procurou recuperar-se, também arrependido, vivendo totalmente dedicado a pregar e a viver a doutrina que Ele havia ensinado. E, de fato, foi na cruz, erguido da terra, que todos compreenderam que Jesus era o verdadeiro vencedor do mundo.

Embora houvesse morrido, ele ressuscitou três dias depois, e voltou a conviver com os amigos, aparecendo até aos estranhos, num lugar onde estavam quase quinhentas pessoas, num monte, escutando João, que era o seu discípulo amado, falando a respeito dele.

O verdadeiro vencedor não é aquele que domina os outros, mas quem consegue dominar os seus ímpetos, amando sem qualquer rancor a ninguém, nem mesmo aqueles que o perseguem e maltratam.”

                                 
            Divaldo Pereira Franco, 
        pelo Espírito Amélia Rodrigues


Na Páscoa, comemoramos a ressurreição de Jesus Cristo. Ele, que há dois mil anos veio para nos ensinar a amar e a perdoar aos nossos inimigos.
Jesus, filho de Deus, nosso amado irmão e Mestre, trouxe-nos a Boa Nova, isto é, através de seus ensinamentos, mostrou-nos o verdadeiro caminho para o Pai.

Jesus fez-nos entender que os bens materiais e as riquezas em geral, não acumulam bens junto à espiritualidade. Que aquilo que temos para viver o recebemos por merecimento e nada levaremos conosco, quando desencarnarmos.
Ensinou-nos, também, que as maiores riquezas que o homem pode conquistar e manter junto dele, são os valores morais, os quais lhe abrirão as portas do além-túmulo e permitirão que adentre nos jardins da verdadeira felicidade.

São valores como o amor, a caridade, a benevolência, a honestidade, o caráter ilibado, a fé, a tolerância, a bondade e tantos outros que fazem da criatura humana um ser digno e realizado.

Hoje, esta época do ano tornou-se um cenário de comercialização, onde os homens, distantes da realidade cristã, vivem e comemoram como se fosse uma festa, mas com propósitos de acumular bens, tal como no Natal e Ano Novo.

Precisamos conscientizar-nos e às nossas crianças, de que esta data tem, na verdade, uma
conotação cristã, quando devemos interiorizar-nos e refletirmos sobre as mensagens que Jesus nos deixou.

Queridos amigos, desejo que nesta Páscoa, em que
relembramos o renascimento de Cristo, desperte em nossos corações o amor pelos nossos semelhantes e, que tenhamos nosso querido Mestre
Espiritual em nossos lares e em nossos corações.
Feliz Páscoa a todos.

Que assim seja!

segunda-feira, 2 de abril de 2012

AMIZADE SE ESCREVE ASSIM




“Foi durante a Primeira Grande Guerra. Eles eram jovens e a amizade que os unia tinha a ver com alguns momentos de lazer, de música e, sobretudo, de sobrevivência.
Ele não poderia esquecer que devia sua vida a um judeu alemão chamado Erik.
Um ano mais velho que ele próprio, Erik ensinou Hans a tocar acordeão.

Certo dia, o sargento entrou no alojamento perguntando quem tinha letra bonita.
O capitão precisava que fossem escritas umas 12 cartas. Ele estava com reumatismo ou artrite ou algo parecido e não podia escrevê-las.
Ninguém se voluntariou. Erik, no entanto, resolveu indicar o amigo. Falou que ele tinha caligrafia impecável.

Em verdade, a capacidade de redação de Hans era reduzida. Mas ele escreveu as cartas, enquanto o restante dos homens entrava em combate.
Nenhum deles voltou. O corpo de Erik foi encontrado em vários pedaços, numa colina cheia de relva.
Hans guardou o acordeão do amigo e o levou consigo, durante toda a guerra.

Ao regressar para casa, localizou a família de Erik, para devolver o instrumento.
A viúva não o quis. Olhar para o instrumento musical lhe trazia memórias ainda mais nítidas do tempo em que ela e o marido davam aulas de música.
Hans tocou para ela, enquanto ela chorava, em silêncio.

Num papel, Hans escreveu seu nome e endereço.
Sou pintor profissional. Pinto seu apartamento de graça, quando a senhora quiser.
Hans se foi, logo após descobrir que Erik deixara um filho pequeno, de nome Max.

Mais de 20 anos se passaram. Com a chegada da Segunda Guerra Mundial e a perseguição aos judeus, Max foi ocultado em um depósito por meses a fio, por um amigo alemão.
Contudo, o perigo aumentava dia a dia. Era preciso sair dali.
Max lembrou de Hans, o amigo de seu pai. E da promessa feita à sua mãe.

Sim, ela nunca precisara da pintura no apartamento. Mas ele precisava de um abrigo.
Um contato foi enviado ao endereço de Hans. Semanas depois, veio a informação: Hans ainda tocava acordeão, o do pai de Max.
Não era filiado ao Partido Nazista. Era pobre, casado e tinha uma criança. Importante: ele lhe mandara um livro. Na capa interna, escondida, uma chave. A chave de sua casa.

Assim, nas primeiras horas de uma madrugada silenciosa, na pátria do nazismo, um jovem judeu chegou à casa de Hans.
Colocou a chave na fechadura, entrou na cozinha.
Hans despertou. Desceu os degraus, no escuro.
No escuro, encontrou o jovem fugitivo. Fez-lhe café para aquecê-lo.
Depois, o escondeu no porão.

Era uma situação aflitiva. Assustadoramente aflitiva.
Se Hans e a esposa fossem apanhados dando abrigo a um judeu, seriam presos, condenados, talvez mortos.
Nunca mais veriam a criança... Mas Hans fizera uma promessa.
Devia sua vida ao pai daquele jovem. Jamais poderia esquecer isso.”

    
     Redação do Momento Espírita, com base
     no livro “A menina que roubava livros”
             de Markus Zusak.


Amizade se escreve de muitas formas. Pode se escrever com l, de lealdade, com g, de gratidão, com c, de coragem.
Mas, principalmente, com a, de amor, sentimento elevado sempre presente nas almas nobres.

Amigos, muitas vezes, são mais do que irmãos de sangue, pois entram em nossas vidas, passando a fazer parte de nosso dia a dia, oferecendo-nos seu ombro para que, nele, derramemos nossas lágrimas de dor ou de alegria.

Estão conosco para o que der e vier. Podem não serem muitos, mas são aqueles a quem confiamos nossas derrotas e vitórias, sendo-nos extremamente fiéis. Seus conselhos são sempre meticulosamente medidos, para que não pareçam ofensas, pois nos trazem à reflexão de fatos em que, por vezes, agimos de maneira errada.

Amigos são aquelas pessoas com as quais partilhamos as mínimas coisas que nos acontecem de bom ou ruim, ou também, aquelas pessoas que nos acompanham onde quer que estejamos, apoiando-nos
e nos ajudando a vencer os obstáculos que a vida nos impõe.

A verdadeira amizade não vê o tempo passar. Perdura para sempre, aqui nesta jornada ou, até depois de já termos voltado à pátria de origem.
Sabemos que este tipo de amor não pertence a este mundo.
São laços que trazemos e conservamos através das várias idas e voltas de nosso espírito à carne.
São amores de um passado, muitas vezes, longínquo e que voltam a se reencontrar, pois as almas se buscam e/ou se repelem, de acordo com as vivências anteriores.

Que possamos agradecer a Deus por encontrar, em cada reencarnação, estas almas amigas e companheiras, que nos dedicam seu amor e sua amizade.

Que assim seja!