sábado, 30 de janeiro de 2010

A VIRTUDE DA TOLERÂNCIA

"São poucos os homens que sabem tolerar nos outros os defeitos que eles próprios têm."

                                            Arturo Graf


Saber tolerar os outros é uma virtude. Tolerar os defeitos dos outros é mais do que uma virtude - é uma grande sabedoria. Não somos perfeitos nem nunca o seremos. A vida nos leva à convivência com pessoas de todo o tipo, desde os mais simplórios até aqueles que "se acham", como costuma-se dizer.

Em toda comunidade, há inúmeros perfis de pessoas que nos mostram de uma forma ou de outra, seu modo de ser. Imaginamos, às vezes, que alguém em determinada situação agiria de tal modo, quando para nossa surpresa, estamos diante de pessoas que nos mostram um lado diferente de sua personalidade.

A verdade é que, conhecendo-nos a fundo, sabendo de nossas fraquezas e  defeitos, geralmente ocultamos dos demais essa contingência. O ser humano não é dado a admitir, nem mesmo para si próprio, o que guarda no âmago de seu coração. Daí dizer-se que tal pessoa não consegue dar-se a conhecer por completo, pois oculta em seu íntimo rancores, mágoas, sentimentos de baixa auto-estima, orgulho, etc.

A psicanálise estuda essa área do comportamento humano e procura auxiliar com diversos tratamentos  onde as pessoas, geralmente relatam seus problemas e aceitam alternativas de novos rumos com relação ao seu modo de ser e de agir.

Quando sentimos que algo não vai bem em nossa vida, devemos procurar saber o porque e a causa desse sofrimento. Conversar, falar  de seus hábitos, seus desgostos e suas frustrações, dá ao psicanalista condições de ver naquele determinado paciente uma forma de ajudá-lo.

Também podemos ajudar-nos, aprendendo a sermos humildes e tolerantes conosco mesmos. É um aprendizado que requer paciência, serenidade e confiança, para que possamos ver-nos como vemos nosso semelhante: com seus defeitos e sua maneira peculiar de ser.

O mundo seria bem melhor se todos tivessem como objetivo maior, dar ao seu amigo, seu colega, seus familiares o amor incondicional, que é fruto do que nos foi ensinado por Deus. 



quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

A TECNOLOGIA EM NOSSA VIDA

"Chegará um dia em que talvez as máquinas pensem, porém elas nunca terão sonhos"

                                             Theodor Heuss


Hoje é notícia em todos os veículos de comunicação a apresentação do IPad, da Apple. Misto de computador com smartphone, o dito promete inaugurar um segmento entre os eletrônicos domésticos e provocar mudanças na forma como se navega na internet, se joga videogames e se lê livros e jornais.

Apesar de ser uma tecnologia de ponta, faz-nos lembrar dos antigos e primeiros computadores gigantes por sua estrutura e aparência, ao ponto de nos causar receio ao ter que tocá-los. Quero deixar bem claro aqui, que nunca fiz uso desses tiranossauros épicos.


Depois, o computador tornou-se mais acessível por seu tamanho e acessibilidade ao ponto de nos dias de hoje haver modelos com tela sensível ao toque, em substituição ao uso do teclado. Também, por sua vez, os portáteis tiveram seu momento fashion. Pequenos e cômodos para se levar de um lugar a outro, proporcionam uma utilização segura, eficiente e de fácil manuseio.


Steve Jobs apresenta seu Ipad ao valor de US$ 499 nos modelos mais simples a US$ 829, nos mais sofisticados. Isto lá nos EUA. Devem chegar ao Brasil por março ou abril deste ano.


Bem, mas até aí, tudo legal. Há muito tempo que as máquinas eletrônicas comandam nossos dias. Temos os mais variados tipos de eletrônicos e aprendemos a conviver com eles como se fizessem parte de nós.

Se perguntarmos a uma criança o que ela gostaria de ganhar como presente, até já sabemos a resposta - um brinquedo que seja movido a controle remoto ou algo do tipo que é só apertar um botão e a "coisa" já sai andando, falando, só faltando pensar.

Pensar! Ainda bem que isso só é possível ainda no ser humano. Se penso, logo existo. E existindo, posso também sonhar. E o sonho não precisa ser com padrões pré-definidos ou pré-estabelecidos. Apenas sonhar...

No sonho, realizamos coisas e aprendemos outras tantas. Voamos, atravessamos vales e montanhas, rios e cascatas, encontramos anjos, fugimos de demônios, e sentimos paz . Às vezes são pesadelos, torturosos e amedrontantes. Mas não deixam de ser, também, sonhos.

No sonho somos reis e rainhas, príncipes, magestades, plebeus e fizemos parte de um mundo onde ninguém, mas ninguém mesmo, a não ser que queiramos, entre. Costuma-se dizer que sonhar é bom, porque nada se paga para isso.

Apesar dos avanços da tecnologia, gostaria muito que minha lavadora de roupas fizesse seu trabalho sem que eu precisasse acioná-la ou que meu aspirador de pó soubesse o dia em que deveria limpar a casa por sua conta.
Porém, as máquinas ainda não pensam, embora existam. Também não sonham. 

Será que chegará o dia em que elas, cheias de razão nos  dirão:Sonhei que hoje eu estou de folga e indisposta para conversar. Fui!
Espero que isso seja apenas mais um de meus sonhos...









quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

MISSÃO TERRENA

A crença na reencarnação, a fé e a espiritualidade povoam meu mundo desde a infância. Eu diria até, desde sempre. Meu avô paterno, que não cheguei a conhecer, era médium de cura. Analfabeto, recebia mensagens dos espíritos as quais repassava  à minha avó, que as escrevia. Eram, quase sempre, receitas para pessoas doentes, que o procuravam para fazer a caridade.
 
Depois, mais tarde foi a vez de meu pai seguir esse caminho. Embora não praticante, era extremamente fiel à doutrina espírita e continuou sendo até seu desencarne, em 1982.
 
De seus três filhos, eu fui a escolhida para estudar, ter envolvimento  e praticar o espiritismo na mesa mediúnica. Isso, no entanto, fluiu há alguns anos quando resolvi me interessar pelo assunto.
 
O espírita, diferentemente do que pensam a maioria das pessoas, não é aquele que, tendo muita fé e acreditando em vida após a morte, está imune de sofrer e passar por todo tipo de dificuldades como passam todos no mundo. Não, muito antes pelo contrário, é uma pessoa como qualquer outra, sujeita a ter problemas de toda natureza, inclusive, doenças. A grande diferença está na aceitação e na visão que se tem diante da vida.
 
Não foram poucos os problemas com doenças que tive que enfrentar durante minha vida. Porém, nunca descri de que tudo o que nos acontece tem sua razão de ser. Como já escrevi noutro dia, não estamos aqui por acaso. Nossa trajetória é efêmera, pois tudo o que temos nos é dado por merecimento e para que possamos cumprir nosso programa de vida terrena.
 
A riqueza, criada para ser distribuída entre os seres humanos, tem sua razão de ser, tal como a pobreza. Estas, testam nossos merecimentos e nossos valores que são postos à prova. 

É comum observar-se criaturas que são riquíssimas, mas não podem auxiliar seus irmãos nas necessidades de suas vidas. Outros, pobres mas caridosos, dão do pouco que têm àqueles que nada possuem. Os que não sabem dividir sua fortuna são, por exemplo, os que buscam com o poder do dinheiro a cura de seus males sem, no entanto, conseguirem seu objetivo.
 
Nossa missão, via de regra, não é fácil. Se assim fosse, não seria missão e não estaríamos neste planeta de expiação, de regeneração. Se fôssemos espíritos já mais adiantados estaríamos em outro mundo, pois o universo é cheio deles. De mundos maravilhosamente adiantados e sem os problemas que aqui temos.
 
Que tenhamos fé e esperança para, um dia, merecermos ir para um mundo habitado por espíritos de luz e de paz.  
 
 
 

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

ACIMA DAS NUVENS

Hoje amanheci com uma vontade imensa de escrever. O assunto? Pouco importa porém, pensando bem, muito importa uma vez que escrevemos para outras pessoas lerem e isso faz  com que nos compromissemos com o tema abordado, ou seja, temas do interesse dos leitores. 

Assistimos ao filme "Amor sem Escalas", cujo título original é "Up in the Air", protagonizado pelo já famoso e conceituado George Clooney, além de outros atores menos consagrados mas, também, representando ótimos papéis.
Trata-se de uma comédia/drama, dirigida por Jeison Reitman (também diretor de Juno), e que completa a equipe de atores do filme.


Clooney é Ryan Bingham, um especialista em redução de pessoal corporativo, isto é, é contratado por empresas do mundo todo para demitir funcionários cujo desempenho não mais interessa às empresas em que trabalham.

Sua vida desenrola-se entre viagens e mais viagens, sem apegar-se a alguém ou ter um lugar fixo para morar. Sua rotina de trabalho, a qual ele adora, está ameaçada de terminar, justamente quando ele está perto de atingir dez milhões de milhas como viajante frequente da empresa aérea, com a qual ele mantém fidelidade.


Também é nesse momento que ele conhece Alex Goran (Vera Farmiga), que também é viajante frequente e com a qual se envolve num affair de idas e vindas, como a vida que ele próprio leva.

Apesar de demitir as pessoas de maneira fria, Ryan mostra-lhes o outro lado da moeda, isto é, faz com que elas não percam as expectativas de uma nova vida, com outras perspectivas de novos empregos.

Natalie Keener (Anna Kendrick) é contratada para assessorar Ryan. Mesmo sendo jovem, é eficiente e obstinada o suficiente para enfrentar o tipo de trabalho que se propõe desenvolver. Acompanhando Ryan nas viagens e observando os demitidos,  ela cria uma espécie de acompanhamento dessas pessoas após a demissão. 

Certo de haver encontrado sua "alma gêmea" em Alex, Ryan decide procurá-la em sua residência. Ao chegar, defronta-se com uma Alex mãe e esposa, que fecha-lhe a porta, quando o marido pergunta sobre o que está havendo, chamando-a de "amor".

Desorientado, ele sai pela noite afora caindo na real, isto é, dando-se conta de quão sozinho é e está. Volta ao trabalho e consegue realizar seu sonho: atingir as tão almejadas milhagens e obter o cartão de sétima pessoa no mundo a receber tal distinção.





















segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

SALA DE ESPERA

A sala do consultório médico está completamente lotada. As pessoas, muitas já há horas aguardando sua vez, estão exaustas pelo calor do ambiente e pelo cansaço da espera.

Para passar o tempo alguns lêem um jornal, outros fazem palavras cruzadas e, outros conversam entre si. E aí, salve-se quem puder pois os assuntos são os mais diversos possíveis, desde a temperatura do dia, cujo calor é quase insuportável na sala pequena e abafada, até os mais diversos "causos" sobre, é claro, doenças.

Alguns, já mais idosos e alquebrados, queixam-se de dores, principalmente na coluna, que os impede de ficarem sentados por muito tempo. Assim, é um senta e levanta, caminha e volta a sentar, num sem-fim de idas e vindas.Além de tudo, apenas um ventilador faz a renovação (?) do ar no ambiente.

O médico ainda não chegou e a espera torna-se torturante. Uns também discutem sobre futebol, outros sobre política e outros, ainda, contam de seus males e, assim, ouve-se de tudo. Um gravador e teríamos as mais diversas e estranhas estórias de vida de pessoas comuns, com seus problemas, suas dores, suas dúvidas e dissabores.

A cena chega a ser dramática, não fossem as crianças que alguns levam consigo, por não terem com quem deixá-las. Estas, por vezes, dormem nos braços dos familiares como se fossem anjos, sem tomarem conhecimento do que se passa ao seu redor.

Finalmente, chega o médico e cada paciente aguarda, atento, sua vez de ser chamado para o atendimento. A expectativa da consulta gera uma insegurança e temor e a maioria das pessoas tornam-se circunspectas, parecendo envoltas em seus íntimos pensamentos.

O que poderá estar pensando aquele que, enfermo, pode estar à espera da morte? Ou aquela, cuja mãe, já velhinha e doente , carregada em uma cadeira de rodas, que não tem mais esperanças de vê-la voltar a andar?

Após horas de espera, chega a nossa vez. Vim acompanhando meu marido a mais uma consulta com seu neurologista. Felizmente, esta foi rápida por se tratar apenas de uma avaliação médica, cujo diagnóstico foi positivo.

Em nosso país é desta forma que são atendidos nossos irmãos brasileiros. Diferentemente daqueles que podem usufruir de um convênio, o que não é acessível a todos por seu alto custo, os milhares e milhares de  trabalhadores e seus dependentes estão à mercê do atendimento precário do sistema de saúde que nossos governantes dizem ser de primeiro mundo, principalmente em época de eleições.

É preciso parar um pouco para pensar em quem merece nosso voto. Geralmente, esquecemos que uma democracia se faz com liberdade de escolha e com o pensamento voltado para o que realmente o povo necessita, isto é, que não sejamos uma "maria-vai-com-as-outras" e sim, que exercitemos o nosso direito sagrado e constitucional de eleger o que for o mais inteligente, mais correto e o mais consciente sobre os problemas que são de extrema urgência e solução.


 

domingo, 24 de janeiro de 2010

ESCOLHAS DA VIDA

"A culpa constrange, inferioriza, deprime.
Tudo depende de como você vê os fatos da vida. Quando você se vê menos, perde o poder. Esta ilusão o deixa à mercê dos outros. 
A dependência escraviza e enfraquece. Perceba que a vida o enriquece de potenciais. Ao confiar nela, você se torna forte e livre. A verdadeira felicidade está na habilidade de ver tudo com bons olhos.
Errar faz parte da aprendizagem. Todos queremos sempre o melhor, não importa o tamanho do erro.
Diante das leis universais, somos todos inocentes."


                                                  Zíbia Gasparetto


Nosso mundo cheio de maldades, hostilidades, frustrações, violência e hipocrisia nos deixa claro o quanto é difícil enfrentá-lo. É impossível, nos dias de hoje, ocultarmos de nossa infância já mais esclarecida por sua natureza, esta dificuldade. 

Na educação, nossa função é importantíssima pois remete ao exercício de regras de conduta e comportamento, de amor e segurança, de como viver em grupos sociais, enfim, de como prepará-los para a vida fora do lar. 

A escola, na continuidade do papel da família, segue na educação e no ensino aquilo que os enobrece e os prepara para a vida, num sentido mais amplo. Nela, aprende-se a valorizar os conhecimentos e usá-los para, mais tarde, competir no mercado de trabalho.

A partir daí, ingressamos numa espécie de "free way", isto é, cônscios de que nada é tão fácil como parece ser, somos integrantes de um mundo que nos envolve com seus tentáculos, ora do bem, ora do mal. Cabe, no entanto, lembrarmo-nos do que somos e aprendemos a ser, e escolher o caminho que julgarmos ser o mais correto.

E é neste momento, na conscientização de nossa força espiritual e mental, que temos a oportunidade de fazer uma boa escolha. Jamais podemos nos menosprezar diante da vida, pois assim estaremos destruindo nosso poder de enfrentamento e perdendo nossa dignidade como ser humano.

Isso não nos faz melhor que os outros, num espasmo de orgulho absurdo e, sim, nos faz mais fortes e inteligentes, dando-nos condições de discernimento e perspectivas de sucesso em nossa vida, principalmente no que diz respeito às oportunidades de trabalho e realização pessoal.

Cair e levantar. Eis a grande sabedoria daquele que erra e sabe, que do erro deve nascer a aprendizagem. Até mesmo os grandes sábios e nomes da nossa História, um dia, erraram. Quem não erra? Somente aquele que nada faz. 

Que nossa história seja marcada não por erros, mas sim, por acertos,  pelo aprendizado obtido e pela certeza de que devemos e podemos confiar na vida, pois ela é feita de escolhas. Escolhas nossas, com base no que somos e no que exigimos   , uma vez que burilamo-nos da melhor maneira possível para isso.

Que nosso maior potencial seja a fé, a esperança e a busca da felicidade, mesmo sabendo que esta se encontra dentro de nós.





sábado, 23 de janeiro de 2010

VIDA E CONSCIÊNCIA

"Por milênios temos sido viajores do tempo a ir e vir pela porta larga, nos círculos de viciação que forjamos para nós mesmos, engodados na autoridade transitória e na posse amoedada, na beleza física e na egolatria aviltante."

                                                      Emmanuel


Não há sequer um de nós, seres humanos, que tenha vindo a esse mundo por acaso. Trazemos uma bagagem espiritual que nos acompanha por toda a vida  e da qual não temos lembranças, uma vez que se as tivéssemos não poderíamos exercer nosso aprendizado terreno, estando atrelados ao que já fizemos ou o que já fomos nas encarnações anteriores.


Deus, portanto, nos deu o livre-arbítrio para que escolhessemos o caminho a seguir. E, assim, nos vemos frente a frente com as batalhas do dia-a-dia, tentando da melhor forma possível, ampliar nossos horizontes no estudo, no trabalho e na integração social, como forma mais adequada de conviver com nossos semelhantes.


Estamos há milhares e milhares de anos em constante evolução, dada a eternidade de nossa alma ou espírito. Em cada encarnação, fomos   escolhidos,
e, também   escolhemos , onde e como voltaríamos à Terra. Por quantas vezes já convivemos , num passado próximo ou distante, com as mesmas pessoas que hoje fazem parte de nossa família ou de um grupo de amigos?

Não sabemos. Porém, quando encontramos alguém que nunca tínhamos visto antes e esse alguém nos é completamente familiar, ficamos a pensar em como isso é possível. Nada é por acaso. Tudo tem a sua razão de ser. Os mínimos detalhes de fatos que ocorrem diuturnamente conosco, nos faz crer que algo existe de muito profundo que nos aproxima ou nos distancia de determinados acontecimentos ou pessoas.


Sendo assim, temos que avaliar o que estamos fazendo aqui e agora. Nossa vida, nossos filhos, nossos netos, amigos, familiares e tantas outras pessoas com as quais convivemos, fazem parte de um plano elaborado pela espiritualidade e do qual não conseguimos fugir.

É necessário que sejamos humildes, caridosos e irmãos, na alegria e na dor. 
Devemos preservar-nos do mal e daqueles que, imbuídos na ilusão da riqueza, da superficialidade da beleza física e da busca incessante de um egocentrismo exagerado, vislumbram esses atributos como ícones em suas vidas.

Ainda temos muito a aprender. Para o mundo espiritual, estamos apenas engatinhando em nossas conquistas de modo geral. Mas muito há por fazer. Que estejamos conscientes do que praticamos e do que virá como resultado para nós mesmos. Um dia, teremos que prestar contas do que nos foi dado e do que fizemos com a vida que é, na realidade, uma benção de Deus.

  

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

HERÓIS BRASILEIROS NO HAITI

Foram dezoito os militares brasileiros mortos no Haiti. Cada brasileiro, em seu sentimento de civilidade e amor à pátria, está de luto. Dentre tantas batalhas que cada um desses militares deve ter cumprido ao longo de sua carreira, esta foi a pior de todas pois não houve vencedores. Venceu, na verdade, aquele que seria o mais forte adversário - a morte.

Em segundos, o terremoto destruiu tudo: vidas, cidades já depauperadas pela fome e miséria, pela falta de total infra-estrutura, enfim, o que havia. Não poderia ser de outra forma porque um abalo sísmico de tamanha intensidade e inevitável por sua natureza, deixaria como deixou, tudo em um verdadeiro caos. 

Hoje, 18 urnas funerárias chegaram à Base Aérea de Brasília para receberem as homenagens póstumas que o Brasil lhes deve. Seus familiares, abalados pela tragédia, estavam presentes quando nosso Presidente da República chamou nossos heróis de "destemidos compatriotas". 

"Eles chegaram ao Haiti levando a seguinte mensagem: vocês não estão sozinhos", afirmou Lula. "Viemos aqui em nome do Brasil, trazendo segurança para suas famílias, trazendo paz, trazendo remédios, solidariedade e, acima de tudo, o respeito do povo brasileiro".


Foram todos condecorados com a Medalha do Pacificador e receberam a promoção post mortem. Nas duas cerimônias os caixões, colocados lado a lado e cobertos com a bandeira nacional, tinham sobre eles a foto da vítima, com a mensagem:"Missão cumprida. O Brasil e o Exército agradecem ao nosso heróico soldado da paz". 

Que nossos irmãos descansem em paz. Na sua bravura, quantos ainda feridos, tentaram ajudar os soterrados pelo terremoto. Que Deus os receba com aplausos e honras. De onde estão, com certeza, torcem para que o Haiti como tantos outros países miseráveis e paupérrimos, consigam se reerguer e voltar a figurar no mapa novamente.


Que suas famílias tão machucadas pela dor, encontrem nos braços de Jesus o amparo de que necessitam para continuarem a viver. Que o mundo inteiro que sofreu e chorou enquanto assistia as horrendas imagens  do abalo, se una em uma prece àqueles que foram e àqueles que ficaram.

Que  não esqueçamos de que estamos neste mundo de passagem. Aqui cumprimos nossa missão e nada levamos quando somos chamados por Deus. 
A experiência terrena é sublime, na medida em que nosso dever de casa é feito com amor e caridade. Nossa tarefa é simples. Cumprí-la torna-se, muitas vezes difícil, porque desviamo-nos do caminho que escolhemos para trilhar.




















PEGADAS NA AREIA

"Certa noite eu tive um sonho... Sonhei que estava na praia com o Senhor e que, através do céu, passavam cenas da minha vida.
Para cada ano que passava, eram deixadas dois pares de pegadas na areia. Um era o meu e o outro, do Senhor.

Quando a última cena da minha vida passou diante de nós, olhei para trás para ver as pegadas na areia. Notei que muitas vezes, no caminho de minha vida, havia apenas um par de pegadas.

Notei, também, que isso só aconteceu nos momentos mais difíceis do meu viver. Isso aborreceu-me e perguntei, então, ao Senhor:
-Senhor! Tu me deixaste... Por que, se um dia me disseste que se eu resolvesse te seguir, Tu andarias sempre comigo? 

Mas notei que durante as maiores atribulações de meu viver havia ,na areia do caminho da minha vida, apenas um par de pegadas. Não entendo por que nas horas mais difíceis Tu me  abandonaste. O Senhor, então, me respondeu:

-Meu precioso filho, Eu te amo e jamais te deixaria nos momentos de tuas provações e de teu sofrimento. Quando viste na areia apenas um par de pegadas, foi porque exatamente aí... Eu te carreguei nos braços".

                                                          Mary Stevenson


Na maioria das vezes, quando passamos por momentos difíceis em nossas vidas, chegamos até a esquecer que temos um anjo da guarda a nos guiar e proteger. Nosso anjo nos foi destinado por Deus para orientar-nos e confortar-nos quando nos encontramos desalentados e, aparentemente, sós.

Na verdade, nunca estamos solitários. No amargor de uma perda, na dor de uma doença, em qualquer situação em que nos encontremos, estamos sempre amparados. O desespero do momento  nos faz cegos, porque falta-nos algo que jamais poderíamos deixar de ter: a fé.

A fé de quem crê em Deus não pode ser questionada. Deve, isso sim, ser raciocinada e viva. Nosso espírito deve estar sempre ligado à Deus, que o criou bem antes de nos dar à existência no ventre de nossa mãe. No momento da concepção, já somos seres vivos animados por um espírito que obteve a maravilhosa oportunidade de reencarnar.

Que nunca esqueçamos de que, por muitas e muitas vezes em nossa vida, haverá apenas um par de pegadas na areia de nosso caminho, pois Deus em Sua infinita misericórdia e amor, sempre que preciso for, nos carregará em seus braços. 

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

A FORÇA DO AMOR

É preciso saber viver. Seja em um corpo perfeito ou com algumas limitações. Nosso mundo está cheio de exemplos de espíritos destemidos, que escolheram ou aceitaram reencarnações difíceis pelo fato de entenderem a necessidade do   autoconhecimento e do burilamento das imperfeições, seja por amor a si mesmo ou por amor para com o próximo.

Assim, eles descobrem que o prazer de viver está nas simples coisas da vida, em gestos e sentimentos carreados de amor, caridade e solidariedade. Como dizia nosso saudoso e querido Chico Xavier: "Os filhos especiais são confiados tão somente a grandes mulheres que têm capacidade de amar até o infinito...".


Folheando um livro de auto-ajuda, encontro o relato de um caso de uma criança excepcional. Visivelmente, ela não se apresenta igual às outras de sua idade. Sua expressão facial, se bem observada, fala de suas dificuldades. Seus olhos não se fixam facilmente nos objetos e seus movimentos, lerdos ou agitados, são descoordenados. Não consegue fazer-se entender  por pronunciar as palavras de forma incompreensível. Júlia é seu nome.


Contudo, Júlia consegue comunicar-se através do amor, pois sensibiliza-se com carinhos e atenções. Sua família a adora e para Júlia, o  convívio e a presença da família e dos amigos dão-lhe a noção do grande amor que sentem por ela. E aí vem o mais importante nessa relação da pequena com seus familiares: é o amor, o respeito e o entendimento de que amor é diferente de piedade.


Júlia, como tantas outras crianças com tal problema, crescerá movida pela consciência de que veio ao mundo porque precisava muito dessa experiência e, por sua vez, seus familiares também foram escolhidos para participar dessa prova que a vida lhes exigiu, como forma de resgate de vidas passadas.


Durante a guerra civil americana um soldado foi ferido, o que causou-lhe uma paralisia irreversível. Depois de muito tempo, encontrou-se com Deus e, conformado com sua situação e sofrimento, escreveu uma oração que tornou-se célebre por encerrar o amor e a fé que  passou a ter pelo Criador . A tradução  do inglês original é de Gustavo Joppert:

"Eu pedi a Deus por força, para tudo conseguir...
Fui feito fraco para aprender a obedecer,
Eu pedi a Deus por saúde, para realizar coisas grandiosas...
Fui feito doente para realizar coisas difíceis.
Eu pedi a Deus por riquezas, para comprar felicidade...
Fui feito pobre, para vender sabedoria.
Eu pedi a Deus por poder, para que os homens necessitassem de mim...
Fui feito insignificante, para sentir a necessidade de Deus.
Eu pedi a Deus por tudo isso, para poder gozar a vida...
Foi-me dada a vida para poder avaliar seu gozo.
Eu não recebi nada do que pedi, mas obtive tudo aquilo que esperava ganhar.
A despeito dos meus erros, as preces que não fiz foram atendidas.
E, dentre os homens, eu me considero o mais ricamente abençoado".



segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

UM ANJO CHAMADO ZILDA ARNS

"Como os pássaros que cuidam de seus filhos ao fazer um ninho no alto das árvores e nas montanhas, longe dos predadores, das ameaças e dos perigos, e mais perto de Deus, devemos cuidar de nossas crianças como um bem sagrado, promover o respeito a seus direitos e protegê-las."

Este foi o final da última palestra de Zilda Arns, na terça-feira, dia 12, antes de morrer tragicamente no terremoto que atingiu o Haiti. Estas palavras não foram ditas por coincidência, pois as crianças com as quais convivia em seu apostolado eram a razão de sua existência. Em cada dez palavras ditas por ela, uma referia-se às crianças.

Aos 75 anos, médica pediatra e sanitarista, Zilda morreu cumprindo sua missão. Segundo pesquisas feitas pela Revista Veja,em sua última edição, o índice de mortalidade infantil no Brasil era, em 1982, cerca de 82,8 mortos por 1000 nascidos vivos. Seu irmão, o Cardeal Paulo Evaristo Arns, na época arcebispo de São Paulo levou-a  por sua experiência no assunto, a trabalho de um programa de combate à mortalidade infantil. Nascia, assim, a Pastoral da Criança.


Hoje, o índice de óbitos em recém-nascidos está em 23,3 para cada 1000 nascimentos. A Pastoral da Criança, obra de Zilda Arns espalha-se por 4000 municípios brasileiros, com cerca de 42000 comunidades pobres, onde o que mais espanta nos projetos da entidade é o contraste entre a eficácia dos resultados e a simplicidade dos métodos.

O soro caseiro constituiu-se na melhor medicação no combate à desidratação infantil no Brasil. Contra a desnutrição Zilda, que era contra a cesta básica por achá-la humilhante para quem a recebia e, por muitas vezes, incerta quanto ao recebimento da mesma, ensinou como proporcionar uma dieta apenas com recursos escassos.

Era a multiplicação da boa vontade. A Pastoral da criança conta, hoje, com mais de 260 mil voluntários que aprenderam a colocar em prática os ensinamentos de Zilda. Religiosa, sem ter feito milagres em suas atuações. O que movia-a era o amor na amplitude do sentido, pelos carentes e menos privilegiados pela sorte.

Zilda Arns viajou para o Haiti no domingo anterior à sua morte,  a fim de participar de conferências pela missão de paz do Exército brasileiro.O tema de suas palestras, com certeza, seriam as crianças, como de fato, aconteceu.

Desde o dia do terremoto no Haiti brilha no céu , mais uma estrela entre tantas outras que para lá foram a partir daqueles momentos fatídicos. Essa estrela, por seu brilho incomum, é uma estrela de amor, paz e esperança chamada Zilda Arns.



domingo, 17 de janeiro de 2010

UMA AVENTURA NO VÃO DAS ALMAS

Hermes Leal é goiano e jornalista com pós-graduação pela USP, e autor do livro"Quilombo - Uma Aventura no Vão das Almas". Nessa obra, ele descreve o Quilombo do Kalunga, o único remanescente com todas as características próprias de um quilombo. A história mergulha num universo mítico, revelando lendas e religião diferentes dos modelos que conhecemos.

Quilombos eram os lugares escolhidos pelos negros para escapar da perseguição e da morte nas mãos dos senhores de escravos. Com o advento da Lei Áurea, em 1888, os negros foram considerados livres. Mas aí, começaram a serem vítimas do racismo, da segregação e do desprezo.

A narrativa é, na realidade, uma descrição apaixonante de um povo que há séculos habita a região, quase ao lado de Brasília e, ao mesmo tempo, distante de nossa civilização. A insipiência dos Kalungas dá-lhes a grandeza e a imponência semelhantes a seres extra-terrestres, por sua sabedoria e conhecimentos, embora rudimentares.

Eles possuem aquilo que nós, civilizados, nunca teremos - a liberdade no seu mais amplo e pleno sentido. Liberdade de viverem sem regras sociais, de banharem-se nas águas despoluídas de um rio, de alimentar-se do que pescam, plantam e colhem, de amar e serem amados, sem atrelar-se a hipocrisias de falsos gurus ou  conviverem com demagogias de falsos políticos, de nada deverem a ninguém e de ninguém necessitarem para sobreviver.

Para os Kalungas, basta o passado de sacrifícios e sofrimentos vividos por seus pais e avós. Com certeza, não sofrem o stress pelo trânsito enlouquecido, pela vida dura e sedentária, pela azáfama da cidade grande, pela insegurança constante que a instabilidade econômica proporciona aos trabalhadores brasileiros, pela fome, pela falta da educação, pelas doenças.

Atualmente, os negros do Kalunga estão restaurando a sua cidadania. Por outro lado, porém, estão perdendo terreno para a ambição da sociedade moderna que já saqueou todos os recursos intocados de vida natural. Hoje, o quilombo está sendo invadido por todas as formas de perigo. 

Esta obra de Hermes Leal tem por objetivo contribuir para que sejam tomadas providências governamentais imediatas com a finalidade de resguardar a integridade dos quilombos.

Já li este livro há algum tempo. Mas até hoje, ao recordar do que li, vem-me à mente reflexões sobre a essência do ser humano, sua natureza e sua busca constante de um porvir melhor e mais próximo de Deus. Que possamos sempre como os Kalungas faziam à noite, olhar as estrêlas e orar pelo que acreditavam ser seu Criador.


 

sábado, 16 de janeiro de 2010

VIAGEM A UMA COLÔNIA ESPIRITUAL

Era noite e eu dormia. De repente, acordei-me e senti que alguma coisa estava acontecendo. Tentei sentar-me na cama e não consegui mover-me. Meu corpo parecia estar muito pesado, pois nem para os lados eu podia virar-me para observar o que havia. Ao olhar para cima, levei um susto. Lá estava eu, desprendida do corpo. Na semi-escuridão do quarto, lá de cima, eu me via deitada na cama, quieta, parada, pasma.

Há tempos, quando ainda fazia o Curso de Médium estudei muito sobre os desdobramentos do corpo físico. Mas, apesar de ter lido todas as obras básicas compiladas por Allan Kardec, o Codificador do Espiritismo na França de 1857 a 1890 e, também ter lido inúmeros livros acerca de assuntos ligados à espiritualidade, nunca havia tido um desdobramento.

É algo de fantástico, embora real. Lembrei-me, de imediato, dos conhecimentos obtidos pelos estudos feitos e, também dos trabalhos mediúnicos dos quais participava ativamente quando das reuniões de grupo.

Via-me por inteira. Sentia-me como se estivesse planando no espaço. Tive muita vontade de sair e andar na noite, lá fora. E, como se meu pensamento fosse uma ordem, lá estava eu, fora de casa, flutuando por entre as árvores sem, no entanto, encostar meu corpo nas  mesmas.

Na espiritualidade, esse movimento chama-se volitar. E volitando, ganhei as alturas e encontrei-me num lugar maravilhoso, onde tudo era luz, paz e harmonia. Jardins cobertos de flores exalavam um perfume suave e  encantador. Um lago de uma água azul e límpida completava a cena.

Mais adiante, conforme ia caminhando, vi campos de uma relva macia e verdejante. Percebi, também, construções de grande porte. Chegando mais perto, pude ler o nome de uma delas: Escola-Treinamento , que deduzi ser o local para onde eram conduzidos os espíritos que, após terem dado alta do hospital que os recebia ao desencarnarem, realizariam estudos e aperfeiçoamento para as mais diversas tarefas que os aguardavam, no além.

Perdi-me no tempo. Quantas horas já deveriam ter se passado desde meu deslocamento da Terra? Talvez já fosse o momento de voltar. Meu pensamento fixou-se no meu quarto, na minha cama, e... lá estava eu novamente retornando ao leito, no meu corpo físico.



Feliz demais pelo acontecido, não consegui mais conciliar o sono. Apenas orei, como nunca tivera orado antes. Nas minhas preces, agradeci a Deus a maravilhosa oportunidade de visitar aquela colônia espiritual tão linda e tão verdadeira, onde tudo cheirava a amor, paz e felicidade.


Este foi o meu primeiro desdobramento físico. Espero com ansiedade que possa acontecer novamente e que eu consiga estar, também, perto daqueles que já se foram para o Mundo Maior, conhecer mais daquele mundo e poder preparar-me mais e melhor para a viagem de volta à pátria espiritual.



sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

CARIDADE

"Um homem, seu cavalo e seu cão iam por um caminho. Quando passavam perto de uma árvore enorme, caiu um raio e os três morreram fulminados.
Mas o homem não se deu conta de que já tinha abandonado este mundo, e prosseguiu o seu caminho com os dois animais (às vezes, os mortos andam um certo tempo antes de tomarem consciência de sua nova condição...).

O caminho era muito comprido e, colina acima, o sol estava muito intenso; eles estavam suados e sedentos.
Numa curva do caminho viram um magnífico portal de mármore, que conduzia a uma praça pavimentada e com portais de ouro.


O caminhante dirigiu-se ao homem que guardava a entrada, falando:

- Bons dias.
- Bons dias - respondeu o guardião.
- Como se chama este lugar tão bonito?
- Aqui é o Céu.
- Que bom termos chegado ao Céu, porque estamos sedentos!
- Você pode entrar e beber quanta água queira. E o guardião apontou a fonte.
- Mas o meu cavalo e o meu cão também têm sede...
- Sinto muito - disse o guardião - mas aqui não é permitida a entrada de animais.

O homem levantou-se com grande desgosto, visto que tinha muitíssima sede, mas não pensava em beber sozinho. Agradeceu ao guardião e seguiu adiante.


Depois de caminhar um bom pedaço de tempo encosta acima, já exaustos os três, chegaram a um outro sítio cuja entrada estava assinalada por uma porta velha que dava para um caminho de terra, ladeado por árvores...


À sombra de uma das árvores estava deitado um homem com a cabeça tapada por um chapéu. Dormia, provavelmente.
- Bons dias - disse o caminhante.
O homem respondeu com um aceno.
- Temos muita sede, o meu cavalo, o meu cão e eu .
- Há uma fonte no meio daquelas rochas - disse o homem, apontando o lugar.
- Podeis beber toda a água que quiserdes.
O homem, o cavalo e o cão foram até a fonte e mataram a sua sede.


O caminhante voltou atrás, para agradecer ao homem.
- Podeis voltar sempre que quiserdes - respondeu este.
- A propósito, como se chama este lugar? perguntou o caminhante.
- Céu.
- Céu? Mas o guardião do portão de mármore disse-me que ali é que era o Céu!
- Ali não é o Céu, é o inferno - contradisse o guardião.


O caminhante ficou perplexo.
- Deverias proibir que utilizem o vosso nome! Essa informação falsa deve provocar grandes confusões! - advertiu o caminhante.
- De modo nenhum - respondeu o guardião. Na realidade, fazem-nos um grande favor porque ali ficam os que são capazes de abandonar seus melhores amigos..."
                            

                                        Paulo Coelho




Convido-os a refletir sobre este lindo conto de Paulo Coelho. Por quantas vezes já nos esquivamos da dar a mão àqueles que caem, que sofrem ,que precisam de apoio, de uma palavra de conforto, de alguém que lhes enxugue as lágrimas e, mais ainda, de alguém que pare para ouví-los?


Muitas oportunidades, talvez, já tenhamos tido para exercitar nossa solidariedade e nosso amor ao próximo.


Dar um pouco de nós mesmos, nosso carinho, nosso amor e nosso sorriso com certeza, ajudará a minimizar a dor de um irmão.


Que possamos, sempre que possível, fazer pelos outros aquilo que gostaríamos que fizessem para nós. Isto se chama caridade.


  

 

À PROCURA DE DEUS

Passei tanto tempo te procurando, pois não sabia onde estavas.
Olhava para o infinito, não te via e pensava comigo mesma: será que Deus existe?
Não me contentava na busca e prosseguia.


Tentava te encontrar nas religiões e nos templos. Tu também não estavas.
Te busquei através de sacerdotes e pastores. Também não te encontrei.


Senti-me só... vazia... desesperada. E, desesperada, descri.
Na descrença, te ofendi. 
Na ofensa, tropecei.
No tropeço, caí.
Na queda, senti-me fraca.
Fraca, procurei socorro.
No socorro, encontrei amigos.


Encontrando amigos, recebi carinho.
No carinho, vi nascer o amor.
Com o amor, eu vi um mundo novo e, no mundo novo, resolvi viver o que recebi.


Resolvi doar.
Doando algumas coisas, muito recebi.
E, em recebendo, senti-me feliz.
Ao ser feliz, encontrei a paz.


Tendo paz foi que enxerguei que, dentro de mim é que tu estavas.
E sem procurar-te foi que te encontrei... meu Deus.


Encontrar Deus! É descobrir esta chama divina que nos anima e nos dá a oportunidade de sermos como Ele, haja vista termos sido criados à Sua imagem e semelhança. Encontramos Deus nas coisas mais simples e puras. Experimente observar uma criança. Veja em seus olhos a doçura e, na simplicidade de seus gestos e de suas palavras, o amor que flui e nos cativa.


Observe a natureza, o céu infinito e grandioso, a luz do sol, a energia do mar. Observe-se a você mesmo. Veja como tudo em seu corpo funciona como uma máquina que nunca pára, ofertando-lhe vida. Concentre-se em seu interior, meditando, enquanto contempla com os olhos da alma, seu espírito leve, calmo e translúcido. Que paz interior podemos conseguir!


E é nessa paz que encontramos Deus. Que tenhamos em nossas vidas a luz da esperança a guiar nossos passos, mostrando-nos o caminho para um mundo melhor. 




quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

A HISTÓRIA DE JACIRA

Estou lendo um livro, ditado pelo espírito Lucius e psicografado por Zíbia Gasparetto, que conta a história de uma moça, Jacira, que não consegue encontrar-se a si mesma, porquanto vive trabalhando arduamente para sustentar seus pais, uma vez que os mesmos contam somente com ela para sua sobrevivência, pois estão velhos e doentes.


Jacira faz o papel da eterna vitima nessa história, pois não vê saída para realizar seus sonhos de estudar, casar-se, ter filhos, enfim, construir um mundo somente seu, sem que seus pais estejam a bloquear-lhe o caminho para crescer e desligar-se daquela vida, que ela considera mísera e humilhante.

Sempre mal humorada, ela reclama de tudo, julgando-se pobre, feia e triste.
Não obstante trabalhar em uma oficina de costura, Jacira não consegue fazer amizades com suas colegas e, sozinha e com pensamentos de menosprezo a si mesma, ela segue sua vida e rotina, sem a certeza de um futuro melhor.


Certa vez, descendo do ônibus depois do trabalho, exausta e faminta, Jacira quase desmaia, sendo amparada por um jovem que a ajuda a refazer-se. A moça, sentindo-se mal, começa a chorar descontroladamente e o rapaz, condoído pelo sofrimento de Jacira, a acompanha até sua casa.


Após seu refazimento e, vendo que se tratava de alguém confiável, Jacira conta-lhe de sua vida e de seu mundo pequeno, estreito e sem saída. Roberto, o jovem, tenta ajudá-la fazendo-a entender que é mister que tenhamos fé e confiança em nós mesmos, acreditando e apostando em nossos valores morais e em nosso poder mental para que possamos vencer os obstáculos que a vida nos coloca à frente.


.....


Bem, ainda não terminei de ler o livro. Posso, no entanto, fazer algumas referências ao que penso a respeito de como age Jacira. A vida, sempre será uma caixinha de surpresas e, não estando aqui por acaso, temos que carregar aquele "pacote" que Deus  coloca em nossas mãos. Seja uma doença, a dor da perda de entes queridos, as atribulações cotidianas, problemas financeiros, enfim, seja o que for, nos toca e nos abate de vez em quando.


A força da fé e do amor remove montanhas como se costuma dizer. Já referi que não estamos aqui por acaso e que tudo acontece em seu momento certo. Nossa caminhada pode ser curta ou longa, não sabemos. O que precisamos saber é que nunca estaremos sós. A sabedoria divina tudo prevê e, se tivermos que padecer por algo, é porque através dessa contingência nosso espírito evoluirá.


A história de Jacira, com certeza, terá um final feliz. Depois de muito sofrer, ela aprenderá a encarar a realidade da vida com esperança e amor por seus irmãos em Deus e por si mesma, elevando sua auto-estima, sendo útil aos outros e tendo sabedoria para conquistar seu espaço no mundo em que vive.


Essa também pode ser a nossa história. Pense nisto!










terça-feira, 12 de janeiro de 2010

VIVENDO E CONVIVENDO

E aqui estamos, voltando depois de sete dias em Floripa, na Cachoeira do Bom Jesus. Foi ótimo para descansar, renovar energias, planejar um pouco mais a vida, repensar nos problemas e como resolvê-los, enfim, parar um pouco para fazermos uma análise do que foi o ano que passou e estabelecermos metas para este ano que  estamos vivendo.

Na verdade, o tempo pouco ajudou. As chuvas das últimas semanas também fizeram com que os veranistas recolhessem seus guarda-sóis mais cedo e se satisfizessem com a piscina térmica, os jogos de salão, a televisão e uma boa leitura.
O sol ficou sem dar muito as caras. Vez em quando aparecia e aí era um corre-corre para pegar um bronzeado.


Bem, mas isso é algo efêmero. Não diz muita coisa quando conseguimos conhecer outras pessoas, curtir outros costumes e, acima de tudo, aprender com novas amizades. Há pessoas que nos cativam por sua simplicidade no falar e no agir, dando-nos a impressão de já conhecê-las de longa data.


A socialização nos impõe regras e estabelece critérios para o bem viver e o bom relacionamento entre as pessoas. Percebe-se, via de regra, que aqueles que se integram num ambiente comunitário com receptividade e espontaneidade, geram uma empatia que nos proporciona desfrutar de suas companhias com satisfação.


À propósito, gostaria de fazer referência ao tema da prova de redação que os vestibulandos da UFRGS tiveram que dissertar neste ano. Ótima oportunidade para medir a conscientização dos mesmos sobre como viver em sociedade. A grande maioria, espero eu, não deve ter tido dificuldade para falar sobre o assunto, embora seja comum observar-se como há pessoas - crianças, jovens  e adultos que ainda não descobriram os mais rudimentares  comportamentos  exigidos para que se consiga uma sociedade justa e viável.


O assunto em pauta na redação da UFRGS traz-nos a lembrança do que nos passaram nossos pais, enfatizando a família como a base indispensável ao crescimento comportamental e, após, a escola com sua tarefa de não apenas ensinar e sim, educar no sentido pleno da palavra.


Nosso mundo necessita que saibamos agir com civilidade, justiça e retidão. Assim, estaremos preparados para o futuro que nos aguarda.




         















domingo, 3 de janeiro de 2010

UM PEDAÇO DE MINHA VIDA

Meu marido costuma dizer, em tom de brincadeira: - Conte-me um pedaço da tua vida, pois  a minha eu já sei de cor. Assim, vou contar um pedaço da minha vida, cujas etapas também sei de cor, mas que vale a pena comentar. Após a minha aposentadoria, ocorreram-me vários problemas de saúde, entre os quais um câncer de mama diagnosticado em 2000, sendo extirpado no final desse mesmo ano. Como tratamento posterior, além da medicação oral por quase cinco anos, fiz também sessões de radioterapia. Foi um período muito difícil e penoso, sendo que fiquei muito fragilizada.

                      
Mas, o pior ainda estava por vir. Quase ao final do tratamento, num dos exames periódicamente realizados, constatou-se novo tumor, agora na outra mama. Foi um choque muito grande, pois outra batalha estaria começando. Eu não queria acreditar que tudo voltaria outra vez. Mas, o que fazer?
A cirurgia, inicialmente programada para ser uma mastectomia, não foi necessária. Apenas foram retiradas as calcificações detectadas. Desta vez, não escapei de fazer a quimioterapia, que deixou-me muito mal. Eram muitas sessões em que tive distúrbios vários, tais como enjôos, vômitos, diarréia, fraqueza geral e, por fim, a temida queda de cabelo.


Apesar de tudo, enfrentei com coragem e resignação esta dolorosa etapa. Sem cabelos, não me escondi de ninguém. Usava chapéus e me achava muito bem com os mesmos. Depois ainda veio mais um tratamento com medicação importada que, ao contrário da quimioterapia não apresentava sintomas semelhantes àquela, apenas fraqueza e sonolência.

Três anos após a última ocorrência do câncer, estou ótima. Acredito que na vida, por razões por nós desconhecidas, mas óbvias, necessitamos passar por algumas fases de dor e sofrimento. A resignação e a fé em Deus nos ajuda a transpor essas barreiras, embora haja momentos que o sofrer é tão intenso, que parece ser impossível suportar.

Quando estamos com problemas e o achamos insolúveis, devemos olhar ao nosso redor e observar aqueles que estão doentes da mente e do físico. Parem um pouco para pensar em nossos irmãos que estão confinados em hospitais e casas de saúde  ou sanatórios, sofrendo dores incalculáveis, sem uma perspectiva de melhora. Pensar que todos estamos aqui neste mundo para aprender e evoluir faz com que tenhamos amor e compaixão pelos que sofrem.

O amor, como dádiva divina, revela em nós a semelhança espiritual com nosso Pai. Portanto, fé e esperança, confiança e resignação é nosso dever, mesmo quando estamos sofrendo por alguma coisa. Orar pedindo ajuda, não apenas para nós mas para todos. Orar é a maneira como conversamos com Deus. Ele recebe nossas preces e, com certeza, na medida de nosso merecimento, nos atende. Eu posso dizer que fui atendida pois estou curada.